Trump diz a gabinete que papel de Musk é consultivo e secretários têm palavra final

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira (6) a membros de seu gabinete que eles têm a palavra final sobre decisões de cortes de gastos e políticas públicas, e que o papel de Elon Musk, bilionário à frente da iniciativa radical de cortes de gastos do governo, é apenas consultivo.

A informação foi confirmada à agência de notícias Reuters por uma pessoa com conhecimento das discussões. Trump respondeu de forma privada a críticas de secretários e de parlamentares republicanos, que se sentiam excluídos de decisões do Doge (Departamento de Eficiência Governamental) de Musk.

A fala privada de Trump entra em contradição com suas declarações públicas elogiando as ações do bilionário dono do X e da SpaceX. No discurso que deu ao Congresso na última terça-feira (4), Trump disse que Musk “está no comando do Doge” e que ele tem feito um excelente trabalho.

“A época dos burocratas não eleitos acabou”, disse Trump na ocasião. “Qualquer burocrata que resistir a essas mudanças será removido do seu posto.” Ao mesmo tempo, prometeu combater problemas como o aumento de doenças infantis por poluição e investir nas Forças Armadas -esses setores são alguns dos que sofreram cortes.

Até aqui, seguindo orientações de Musk, o governo federal americano demitiu milhares de servidores públicos em estágio probatório e cortou verbas em diversos departamentos. Um dos principais alvos foi a Usaid, a Agência dos Estados Unidos para Desenvolvimento Internacional, que foi praticamente fechada por Musk e Trump -na quarta (5), a Suprema Corte dos EUA determinou que o governo libere verbas para a Usaid quando estas sustentarem programas já em andamento.

Na quinta, Trump falou sobre a reunião na sua rede social, a Truth Social. “O Doge é um sucesso incrível, e determinei que os secretários do meu gabinete trabalhem com [o orgão] em medidas de corte de gastos”, disse o presidente. “Os secretários podem ser muito precisos sobre quem fica e quem vai embora. Será usado o bisturi, e não a machadinha.”

“É muito importante que façamos cortes a níveis apropriados, mas também precisamos manter quem é melhor e mais produtivo”, prosseguiu Trump. “Todo mundo quer chegar ao mesmo lugar, ou seja, tornar a América grande de novo.”

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