A imensa superioridade do Brasil no futebol sul-americano

hulk e igor

O calendário da Conmebol vai ser concluído este mês com mais uma demonstração do poderio do futebol brasileiro no continente. Teremos dois times na decisão da Copa Libertadores e um na Copa Sul-Americana. Poderiam ser duas finais genuinamente brasileiras, não fosse o vacilo do Corinthians contra o Racing na semifinal.

A mídia argentina reclama dessa supremacia brasileira, mas esquece que um dia os ‘hermanos’ dominaram com sobras os torneios sul-americanos. Basta ver, por exemplo, que os times argentinos, juntos, já levantaram a taça 25 vezes, contra 23 dos brazucas.

Equipes do Uruguai, Colômbia, Paraguai, Chile e Equador também já tiveram o gostinho da “Glória Eterna”. Bolívia, Peru e Venezuela seguem sem títulos na competição.

O Independiente, o maior vencedor do torneio com 7 títulos, chegou a ganhar quatro anos consecutivos (1972, 1973, 1974 e 1975), feito nunca alcançado por qualquer outra equipe do continente. Naqueles tempos, os jornalistas argentinos certamente achavam que estava “tudo bem”.

Vale lembrar aqui uma semifinal histórica entre Independiente e Cruzeiro, em 1975. O time mineiro fez 2 x 0 em BH, mas, no jogo da volta, no temível estádio de  Avellaneda , eles reverteram com um 3 x 0 acachapante. E olha que o Cruzeiro tinha um elenco cheio de craques, como Raul, Palhinha, Roberto Batata, Joãozinho e Piazza. Esse mesmo Cruzeiro seria campeão da Libertadores em 1976, em final histórica (três jogos) contra o River.

Questão financeira?

Numa análise mais apressada, poderíamos dizer que o futebol brasileiro passou a dominar a América a partir do momento em que o País se distanciou economicamente dos seus vizinhos. Isso faz algum sentido, sim, mas não é tudo.

A própria Conmebol entende que o dinheiro não é 100% responsável pelo sucesso esportivo e vê mérito nos clubes brasileiros que foram campeões. Mostra, por exemplo, o que acontece atualmente na Europa, onde o Paris Saint-Germain mantém há anos um altíssimo investimento, mas até hoje nunca conseguiu ganhar a Champions League.

Outro exemplo citado pelos cartolas da Conmebol é o fato de o Fluminense ter vencido a Libertadores em 2023, mesmo sem contar o elenco mais valioso da região.

Desde 2019, quando a Conmebol adotou o formato de jogo único para decidir o título, o Brasil emplacou quatro finais: Palmeiras x Santos (2020, no Rio de Janeiro); Palmeiras x Flamengo (2021, em Montevidéu); Flamengo x Athletico-PR (2022, em Guayaquil); e Atlético-MG x Botafogo (agora em 2024, em Buenos Aires).

Em resumo, por enquanto agora está “tudo bem” para nós. E tomara que permaneça assim por muitos anos.

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A coluna Futebol Etc na edição impressa do Jornal de Brasília, nesta segunda-feira (4/11)

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