Trânsito de migrantes pela selva do Darién foi reduzido em 60%, afirma Colômbia

A migração para os Estados Unidos através da perigosa selva do Darién, na fronteira entre Colômbia e Panamá, foi reduzida em 60%, disse,

nesta quarta-feira (5, a ministra das Relações Exteriores da Colômbia, Laura Sarabia.

“Vemos que há uma redução de cerca de 60% no fluxo migratório (no Darién) e isso nos leva a concluir que precisamos ter, sim ou sim, um plano de articulação de gestão para os migrantes”, destacou a ministra das Relações Exteriores em uma coletiva de imprensa.

As novas políticas de deportações e maiores restrições do presidente americano, o republicano Donald Trump, impactam no fluxo de caravanas de viajantes e produzem o fenômeno da migração reversa, em que milhares tentam regressar aos seus países de origem.

Cerca de 300.000 pessoas atravessaram o Darién em 2024, segundo números da autoridade migratória do Panamá. Quase 70% eram venezuelanos, seguidos pelos colombianos, com mais de 17 mil pessoas que atravessaram a fronteira.

Desde sua volta ao poder, Trump lançou uma operação massiva de expulsão de migrantes em situação irregular e declarou emergência nacional na fronteira com o México para impedir a entrada de pessoas sem visto, considerando que o país sofre uma “invasão”.

Muitos colombianos “estão decidindo, por vontade própria, retornar ao país de maneira segura e ordenada”, afirmou Sarabia. Parte do fluxo inverso “se dá por voos comerciais e ocorre a pedido de colombianos que estão fora do país”, complementou.

Panamá, Costa Rica e Guatemala concordaram em servir de “ponte” para as deportações dos Estados Unidos, afirmou.

“Hoje a prioridade são os cidadãos colombianos que desejam retornar ao país”, disse Sarabia, que mantém conversas com Cidade do Panamá e Caracas para o retorno dos migrantes venezuelanos.

A Colômbia, que compartilha uma fronteira porosa com a Venezuela, é o principal destino do êxodo de venezuelanos, com cerca de três milhões.

O presidente esquerdista Gustavo Petro pediu aos migrantes colombianos que “retornem à Colômbia o mais rápido possível” e prometeu fornecer ajudas econômicas.

Em janeiro, Petro criticou a política de deportações de Trump, com ambos protagonizando uma crise diplomática que chegou a colocar em risco os acordos comerciais entre Washington e Bogotá.

© Agence France-Presse

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