O Sul é o Meu País: conheça a história do movimento

O movimento “O Sul é o Meu País” tem ganhado visibilidade ao defender a independência dos estados do Sul do Brasil. Criado há mais de 30 anos, o grupo propõe a separação do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, argumentando que essas regiões possuem características culturais e econômicas distintas e que contribuem mais para a arrecadação federal do que recebem em retorno.

Em entrevista à Rádio Cidade em Dia, o advogado gaúcho Ivan Feloniuk, presidente do movimento, explicou os objetivos e desafios enfrentados pelo grupo. Ele destacou que o foco principal não é apenas a separação dos estados, mas também a defesa de um modelo político-administrativo mais descentralizado.

“Nosso objetivo primordial é conquistar mais autonomia para os estados do Sul. A ideia da independência é um debate mais amplo, mas, acima de tudo, queremos garantir que os recursos arrecadados na região sejam revertidos em benefício da própria população local”, afirmou Feloniuk.

Centralização política e impacto econômico

Durante a entrevista, o líder do movimento trouxe dados sobre a arrecadação tributária dos estados do Sul e comparou com os valores que retornam da União. Segundo ele, Santa Catarina recebe apenas 13% do que arrecada em impostos federais, enquanto estados do Norte e Nordeste chegam a receber mais de 400% de suas arrecadações.

“Não se trata de gostar ou não do Brasil. O problema é a forma como os recursos são distribuídos. A União arrecada quase tudo e repassa apenas uma pequena parte para os estados, mantendo um modelo centralizado que prejudica o desenvolvimento das regiões mais produtivas”, explicou.

Movimentos semelhantes pelo Brasil

Feloniuk também mencionou que o debate sobre autonomia regional não se restringe ao Sul do país. Segundo ele, existem outros grupos no Brasil que questionam a centralização administrativa e defendem novos modelos de governança, como os movimentos “São Paulo Independente” e “Núcleo de Estudos pela Emancipação do Nordeste”, além de iniciativas semelhantes em Minas Gerais e Goiás.

“Esse é um debate que está crescendo em várias partes do país. Há estados que também reivindicam maior autonomia e uma revisão do pacto federativo”, disse.

Próximos passos do movimento

O presidente do movimento ressaltou que o próximo objetivo do grupo é promover discussões sobre a implementação de um modelo federalista mais robusto, garantindo maior autonomia para estados e municípios. Segundo ele, uma mudança na Constituição seria o caminho para essa descentralização.

“Nossa proposta inclui uma PEC que tornaria o Brasil uma federação de confederações regionais, onde cada bloco de estados teria sua própria Constituição e administraria seus próprios recursos. Dessa forma, evitaríamos o modelo atual, onde tudo passa pelo crivo de Brasília”, explicou Feloniuk.

Além disso, o movimento busca maior representação política, incentivando a participação de lideranças alinhadas ao ideal de descentralização. “Queremos recrutar lideranças municipais e estaduais para fortalecer a pauta e levá-la ao Congresso Nacional”, afirmou.

The post O Sul é o Meu País: conheça a história do movimento appeared first on SCTODODIA.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.