Empresário é preso sob suspeita de forjar a própria morte e de matar morador de rua em SC

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)

Um empresário do município catarinense de São Cristóvão do Sul (a 294 km de Florianópolis) foi preso nesta sexta-feira (28) sob suspeita de simular o próprio desaparecimento, de forjar a sua morte e de participar da morte de um morador de rua, segundo informações da Polícia Civil. Um homem que teria agido como comparsa nas ações também foi detido.

Durante o plano, o empresário chegou a ter parte de um dedo amputada em uma simulação de tortura, apontou a investigação. Nota divulgada pela Polícia Civil identificou o homem apenas com as iniciais E. P. P.

A instituição disse que a motivação do caso e o envolvimento de outras pessoas ainda estão sob apuração. No entanto, afirmou que o plano pode ter relação com dívidas do empresário e supostas práticas de estelionato que teriam sido cometidas anteriormente.

“A motivação desse crime possivelmente seja a dívida com credores, a responsabilização dele por crimes de estelionato em que ele já estava sendo investigado em razão da não entrega das placas solares com que trabalhava e também possivelmente um seguro de vida”, disse a delegada regional do município de Curitibanos, Roxane Fávero Pereira Venturi, em vídeo divulgado pela Polícia Civil.

INÍCIO DO CASO

A apuração do caso começou após o registro do suposto desaparecimento do empresário, que teria sido visto por familiares pela última vez em 12 de fevereiro.

Depois, no dia 15, a caminhonete modelo S10 do suspeito foi encontrada queimada com um corpo carbonizado em seu interior, segundo a polícia. A suspeita inicial era a de que o corpo fosse do próprio empresário.

“Inicialmente, as investigações apontavam para homicídio do qual ele seria vítima por motivo de acerto de contas, cobrança de dívidas”, afirmou o delegado Fabiano Rizzatti Toniazzo, da Delegacia de Investigação Criminal de Curitibanos, no vídeo divulgado pela polícia.

MUDANÇA NA INVESTIGAÇÃO

Segundo o delegado, o cenário passou a mudar com a informação de que o empresário havia sido visto por testemunhas nos dias do suposto desaparecimento. Elas teriam relatado que o suspeito andava acompanhado por um homem até então não identificado.

De acordo com a Polícia Civil, as testemunhas também disseram ter vendido gasolina e álcool ao suspeito nos dias anteriores à localização do corpo carbonizado.

Ao perceber que o corpo só seria liberado após reconhecimento por meio de exames, os supostos sequestradores fizeram contato com familiares do empresário e portais de notícias locais, segundo a investigação.

A polícia diz que vídeos da suposta tortura contra o suspeito foram enviados na ocasião. Na mesma noite da divulgação das imagens, uma garrafa pet teria sido arremessada contra a residência da namorada do empresário, contendo um pedaço de dedo e dois dentes.

“As investigações começaram a tomar outro rumo quando a família dele recebeu vídeos com um pedaço de um dedo amputado e dentes. As pessoas que encaminharam os vídeos informavam que estavam fazendo naquele dia a tortura e que o corpo encontrado no veículo já não seria dele”, disse Toniazzo.

“Nesse momento, entendemos que se tratava de uma simulação e passamos a buscar o paradeiro dele e do comparsa dele. O segundo homem foi identificado. Também começamos a trabalhar com possíveis desaparecidos na região”, acrescentou.

AVANÇO NA APURAÇÃO

A polícia afirma que identificou a unidade de saúde onde o empresário teria buscado atendimento para cuidar do dedo amputado. Ele foi reconhecido por testemunhas, conforme a corporação.

A investigação também apontou que, nos dias 12 e 13 de fevereiro, o empresário e o outro homem interpelaram moradores de rua nos municípios da região de Curitibanos e Santa Cecília, segundo relatos de testemunhas.

A polícia concluiu, então, que o corpo encontrado era do morador de rua Vanderlei Weschenfelder, 59, cujo desaparecimento teria sido comunicado por familiares no mesmo período. A instituição não detalhou como a vítima teria sido atraída e levada até o local do crime.

“A investigação seguiu o rumo na busca do paradeiro de ambos [empresário e outro suspeito]. Com base em informações reunidas, a Polícia Civil chegou a possíveis endereços para o seu esconderijo”, declarou.

O empresário e o suposto cúmplice foram encontrados na manhã desta sexta. Os dois permaneceram em silêncio durante o interrogatório, de acordo com a polícia.

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