Delegado aponta possível reclassificação de latrocínio para feminicídio no caso da motorista de aplicativo

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Por Camila Coimbra

O delegado Victor Dan, responsável pelas investigações do caso da motorista de aplicativo Ana Rosa Rodolfo de Queiroz, de 49 anos, assassinada na Quadra 4, Bloco E, do Cruzeiro Velho, na tarde desta quarta-feira (26), trouxe novas informações que podem mudar o rumo do processo. Durante entrevista, o delegado revelou que há indícios de que o crime possa ser reclassificado de latrocínio (roubo seguido de morte) para feminicídio, o que aumentaria a pena máxima de 30 para 40 anos de prisão.

De acordo com o delegado, durante a perícia no local do crime, foi constatado um possível estrangulamento com o uso de um fio de nylon, que foi apreendido pela investigação. Além disso, o suspeito, Antônio Ailton da Silva, de 43 anos, já era procurado por uma tentativa de feminicídio ocorrida na madrugada de terça-feira (25/2), no Recanto das Emas, onde ele tentou matar a ex-companheira, Maria Custódio da Silva, de 57 anos, e uma amiga dela, de 66 anos. Em menos de 24 horas, Antônio teria feito três vítimas mulheres, o que reforça a tese de feminicídio no caso de Ana Rosa.

Victor Dan destacou que a dinâmica do crime ainda está sob análise, mas a reclassificação é uma possibilidade real. “Há uma grande chance de reclassificarmos o crime de latrocínio para feminicídio, considerando o histórico do autor e as evidências encontradas no local”, afirmou.

Outro ponto que chamou a atenção da investigação é a ausência de um registro oficial da corrida no aplicativo de transporte. Segundo o delegado, não há confirmação de que a viagem tenha sido solicitada pelo app, o que levanta dúvidas sobre o real motivo de Antônio estar no veículo com Ana Rosa. “Estamos analisando se houve uma viagem oficial ou se ele entrou no carro por outro motivo”, explicou Victor Dan.

Armas do crime e objetos apreendidos

Durante a fuga, Antônio foi visto carregando uma pasta, que, segundo a investigação, pertencia a ele. A polícia ainda tenta entender se houve subtração de algum objeto da vítima, o que caracterizaria o roubo. Além disso, uma faca com manchas de sangue foi apreendida e reconhecida pela ex-companheira de Antônio, vítima da tentativa de feminicídio na terça-feira. O objeto foi encaminhado para perícia.

Antônio Ailton da Silva já está sob custódia e teve a prisão preventiva decretada. Ele está à disposição da Justiça enquanto aguarda o laudo pericial, que deve trazer mais detalhes sobre as circunstâncias da morte de Ana Rosa. O delegado ressaltou que a investigação está em andamento e que novas atualizações devem ser divulgadas assim que os laudos forem concluídos.

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