Enredo da Imperatriz: ‘Uma história da mitologia africana, que conta a visita de Oxalá até Xangô’, resume Leandro Vieira

Série do g1 resume, nas palavras dos próprios autores do carnaval das escolas do Grupo Especial, o que será levado para a Sapucaí. ‘O meu enredo é debruçado no Itan’, diz o carnavalesco da Mangueira. g1 no carnaval 2025: conheça o enredo da Imperatriz Leopoldinense
“O meu enredo é debruçado no Itan. É uma história da mitologia africana. Conta a visita de Oxalá até Xangô, no reino de Oyó.”
A Imperatriz Leopoldinense vai mergulhar no mito (“itan”) que conta a visita de Oxalá ao reino de Oyo, governado por Xangô. Na jornada, após descumprir os conselhos de um babalaô para desistir da viagem e de fazer oferendas a Exu, Oxalá enfrenta uma série de obstáculos, que resultam na prisão do orixá.
Ao g1, para a série em que os carnavalescos resumem os enredos de suas escolas, Leandro Vieira falou sobre o enredo “Ómi Tútú ao Olúfon – Água Fresca para o senhor de Ifón” (veja no vídeo acima e leia abaixo).
“Oxalá cumpre as designações comuns aos soberanos que querem visitar outros reis, que é consultar o babalaô. Ele recebe a recomendação de desistir da viagem e resolve desatender os conselhos do babalaô. Para diminuir os danos, o babalaô diz que ele tem que ofertar um ebó para Exu. Ele também não faz isso e parte”, conta Leandro.
“Nessa viagem, Exu aparece como uma espécie de cancela, que cobra, e Oxalá é sujo no meio da viagem e acaba se envolvendo numa série de contendas que levam ele para a prisão. No período em que ele fica preso, uma série de situações dramáticas se espalham pelo reino de Xangô.”
“Para resolver isso, Xangô se dirige até a prisão de Oyó e encontra Oxalá. E para promover aquilo que nós cantamos como a justiça maior, ele ordena que todos os súditos de Oyó se dirijam às fontes de água mais limpa para buscar água que seria derramada sobre Oxalá, que é o rito das águas de Oxalá.”
Saiba tudo sobre o carnaval do Rio
Glossário:
Itan: mito
Orixá: divindades africanas
Oxalá: orixá que representa a paz nas religiões de matrizes africanas
Xangô: orixá que representa a justiça nas religiões de matrizes africanas
Exu: orixá, que está presente no candomblé e na umbanda e representa a comunicação
Oyó: foi um império da África Ocidental localizado no que é hoje o sudoeste da Nigéria e o sudeste do Benim
Enredo e samba: Imperatriz conta a saga de Oxalá para visitar o reino de Xangô
Confira o samba-enredo
Vai começar o itan de Oxalá
Segue o cortejo funfun pro senhor de Ifón, Babá
Orinxalá, destina seu caminhar
Ao reino do quarto Alafin de Oyó
Alá, majestoso em branco marfim
Consulta o ifá e assim
No odú, o presságio cruel
Negando a palavra do babalaô
Soberano em seu trono, o senhor

Vê o doce se tornar o fel
Ofereça pra Exú… um ebó pra proteger
Penitência de Exú, não se deixa arrefecer
Ele rompe o silêncio com a sua gargalhada
É cancela fechada, é o fardo de dever
Mas o dono do caminho não abranda
Foi vinho de palma, dendê e carvão
Sabão da costa pra lavar demanda
E a montaria te leva à prisão
O povo adoeceu, tristeza perdurou
Nos sete anos de solidão
Justiça maior é de meu pai Xangô
No dendezeiro, a justiça verdadeira
(Meu pai xangô mora no alto da pedreira)
Onde o banho de abô pra purificar
Desata o nó que ninguém pode amarrar
Transborda axé no ibá e na quartinha
Pra firmar tem acaçá, ebô e ladainha
Oní sáà wúre! Awure awure!
Quem governa esse terreiro ostenta seu adê
Ijexá ao pai de todos os oris
Rufam atabaques da Imperatriz

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