Países árabes negociam plano de paz para Gaza

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Riad, 21 – Os líderes dos países árabes do Golfo Pérsico se reuniram ontem para elaborar estratégias com Egito e Jordânia para fazer frente à proposta do presidente dos EUA, Donald Trump, de tomar a Faixa de Gaza para realizar um empreendimento imobiliário e expulsar seus residentes palestinos.

A reunião em Riad, na Arábia Saudita, foi uma preparação para a cúpula da Liga Árabe no Egito, em 4 de março. Ela terminou após várias horas sem nenhuma declaração oficial.

O presidente americano propôs o deslocamento dos 2,2 milhões de habitantes de Gaza para Jordânia e Egito, com o objetivo de transformar o território em um destino turístico de luxo, que chamou de “Riviera do Oriente Médio”.

A ideia provocou indignação e espanto em grande parte da comunidade internacional, mas agradou Israel. O analista Andreas Krieg, do King’s College de Londres, considera que o encontro de ontem foi o “mais importante em muito tempo” na região.

“Estamos diante de uma grande mudança histórica no conflito árabe-israelense, em que os EUA, sob a presidência de Trump, poderiam instaurar novas realidades irreversíveis na região”, disse.

Reconstrução

Uma fonte próxima ao governo saudita afirmou à agência France Presse que os líderes árabes discutiriam um plano de reconstrução alternativo ao de Trump. O rei Abdullah II, da Jordânia, disse na semana passada, durante uma visita à Casa Branca, que o Egito apresentaria um projeto em resposta à proposta de Trump, que seria discutido ontem. O Egito não comentou oficialmente detalhes dessa proposta.

Um ponto crucial que permanece é a questão da governança pós-guerra em Gaza. O plano egípcio proposto, provavelmente, incluiria a formação de um comitê de tecnocratas e líderes comunitários palestinos, todos não afiliados ao Hamas, que poderiam administrar Gaza após a guerra.

Líderes israelenses, porém, disseram que se oporiam a quaisquer planos pós-guerra que abrissem caminho para a soberania palestina. Os governos árabes insistem que apoiariam apenas uma proposta que, ao menos nominalmente, trilhasse um caminho em direção ao Estado palestino.

Membros do Hamas disseram que estão dispostos a ceder o controle dos assuntos civis, mas se recusam a dizer se abririam mão de sua ala militar, uma posição inaceitável tanto para Israel quanto para Trump. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
Estadão Conteúdo

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