Aspartame pode aumentar risco de ataque cardíaco, aponta estudo

Estudo indica que uso de aspartame pode aumentar riscos cardíacosReprodução

O consumo diário de apenas algumas latas de refrigerante diet pode aumentar o risco de ataque cardíaco ou derrame fatal, de acordo com uma pesquisa realizada na Suécia.

Os cientistas descobriram que o aspartame, um adoçante artificial amplamente utilizado e presente em refrigerantes diet, guloseimas e ketchup, favorece o acúmulo preocupante de gordura nas artérias.

Conhecido como aterosclerose, esse acúmulo causa o estreitamento das artérias, o que limita o fluxo sanguíneo para o coração, podendo prejudicar o órgão com o tempo.

O portal iG conversou com a nutricionista Mariana Tomazevic sobre o estudo, que foi feito em ratos. “Devemos considerar primeiramente, que há diferenças metabólicas entre as espécies, e não podemos afirmar que os mesmos efeitos acontecem em humanos”, explicou. 

Especialistas independentes levantaram preocupações de que, apesar das descobertas serem alarmantes, o estudo pode não ser completamente confiável.

No experimento, pesquisadores do Instituto Karolinska, em colaboração com colegas da China e dos EUA, alimentaram grupos de ratos com uma dieta diária contendo pequenas quantidades de aspartame ao longo de 12 semanas.

Eles compararam isso com o consumo de um humano ingerindo o equivalente a três latas de refrigerante diet com o adoçante por dia. Em seguida, os especialistas analisaram os tecidos dos ratos, comparando-os com os de um grupo de controle que não recebeu o adoçante.

Os resultados mostraram que os ratos que consumiram aspartame desenvolveram mais placas de gordura nas artérias e apresentaram níveis mais elevados de inflamação – ambos indicativos de risco para doenças cardiovasculares.

Exames adicionais no sangue dos ratos sugeriram que o aspartame estava causando um aumento nos níveis de açúcar, de forma similar ao que ocorre com o açúcar convencional.

Tomazevic destacou que tanto o açúcar quanto o aspartame podem afetar a saúde, mas de maneiras distintas. Segundo ela, o consumo excessivo de açúcar está associado ao aumento da resistência à insulina, ao maior risco de desenvolvimento de obesidade, diabetes tipo 2, elevação da glicemia e doenças cardiovasculares.

Por outro lado, o uso do aspartame pode, além de aumentar a inflamação, alterar a microbiota intestinal, embora ainda não haja consenso sobre os efeitos do seu consumo a longo prazo. “Na hora de escolher, o ideal é adoçar com stévia, pois ela não interfere na glicemia”, afirmou. Ela também ressaltou: “É fundamental lembrar que o equilíbrio é a chave, priorizando a adaptação do paladar ao sabor natural das bebidas, como chás, sucos ou café”.

Em 2023, a ONU (Organização das Nações Unidas) concluiu que o adoçante artificial aspartame só representa risco para aqueles que consomem grandes quantidades, e que um adulto de 70 kg poderia consumir com segurança até cerca de 14 latas de refrigerante por dia.

A nutricionista ressaltou que a recomendação do FDA (Food and Drug Administration) para o consumo de aspartame é de até 40 mg/kg/dia, e, até o momento, não há evidências de riscos significativos para a saúde em pessoas saudáveis. No entanto, ela destacou que para indivíduos com diabetes tipo 2 ou histórico de doenças cardiovasculares, a orientação é priorizar alternativas mais naturais.

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