Venezuela chama de ‘montagem vil’ denúncia de ataque contra soldados da Guiana

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A Venezuela qualificou, nesta terça-feira (18), de “montagem vil” uma denúncia feita pela Guiana no dia anterior sobre um ataque de uma gangue venezuelana contra um veículo militar. Seis soldados guianeses ficaram feridos no incidente.

A Força de Defesa da Guiana (GDF, na sigla em inglês) indicou que o confronto ocorreu no rio Cuyuni, na região do Essequibo, rica em petróleo e minerais e que ambos os países disputam há mais de um século, embora Georgetown a administre na prática. A GDF deslocou mais tropas para “reforçar” a área.

“A Venezuela rejeita categoricamente a montagem vil promovida pelo governo da Guiana que (…) pretende difundir uma falsa narrativa hostil e mal-intencionada sobre um suposto ataque contra tropas guianesas”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela em um comunicado.

“A Venezuela está investigando os fatos e os primeiros elementos recolhidos indicam que elementos vinculados à mineração ilegal, que operam na Guiana Essequiba sob a proteção do Exército e da polícia da Guiana, foram atacados e ficaram feridos”, acrescentou o texto.

Esses “cidadãos estão recebendo atendimento médico em território venezuelano”, seguiu.

Na região fronteiriça com o Essequibo se encontra o Arco Minerador venezuelano, uma área de 112 mil km² rica em ouro, diamantes, ferro e outros minerais como o coltan, explorados pelo Estado, onde também operam máfias que controlam minas ilegais.

O incidente coincidiu com o 59º aniversário da assinatura do Acordo de Genebra, que a Venezuela alcançou com o Reino Unido em 1966, antes da independência da Guiana, e estabelece as bases para uma solução negociada para a disputa territorial.

A Guiana, no entanto, rejeita o acordo e pediu à Corte Internacional de Justiça (CIJ) que ratifique um laudo de 1899 que estabeleceu as fronteiras em disputa e que o pacto de Genebra anulou.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, convocou na segunda-feira Georgetown a voltar à mesa de negociações.

A disputa territorial se intensificou em 2015 com a descoberta de reservas de petróleo nas águas do Essequibo, as quais deixam a Guiana com as maiores reservas per capita do mundo.

“O governo da Guiana, em seu afã de encobrir suas ações ilegais no território em disputa, recorre à desinformação e à propaganda belicista para justificar sua crescente militarização”, questionou a Venezuela.

© Agence France-Presse

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