Cerca de 50 caminhões por dia deixam de cruzar a fronteira por causa de greve na Receita

Caminhões parados por causa da greve dos auditores fiscais da Receita Federal em Pacaraima (Foto: Reprodução)

A paralisação dos auditores fiscais da Receita Federal tem causado impacto direto no fluxo de mercadorias em Roraima, impedindo a passagem de cerca de 50 caminhões diariamente pelos postos de Pacaraima e Bonfim, na fronteira do Brasil com Venezuela e Guiana, respectivamente. A interrupção dos despachos aduaneiros ocorre dentro da mobilização nacional da categoria, que reivindica melhores condições salariais e de trabalho.

A mobilização iniciou em novembro de 2024 e se intensificou nesta semana, resultando na suspensão definitiva dos atendimentos pelos próximos 15 dias. “Estamos buscando um tratamento igualitário com as demais categorias que tiveram reajuste, mas os auditores fiscais ainda não”, explicou Omar Rubim, delegado da Receita Federal.

Atualmente, 17 auditores fiscais atuam nas fronteiras de Roraima em regime de plantão sendo, segundo Rubim, três servidores em Pacaraima e dois em Bonfim, com revezamento. A suspensão afeta diretamente importadores e exportadores, que dependem do fluxo regular para movimentação de cargas.

A Venezuela e a Guiana são os principais parceiros comerciais de Roraima, ao somar mais da metade da participação na corrente de comércio (soma das exportações e importações). Em 2024, os países somaram 181,1 milhões de dólares em volume de exportações e os principais itens enviados para os vizinhos são produtos de primeira necessidade, como extrato de malte, açúcares, margarina, derivados de soja, carnes e miudezas. As informações são da Seplan (Secretaria de Planejamento e Orçamento).

A Receita Federal é responsável pelo controle aduaneiro de todas as mercadorias que entram e saem do país. Com a paralisação, produtos permanecem retidos, impactando o comércio e a economia local. “Essa é uma medida indesejável para todos, tanto para os auditores fiscais quanto para a sociedade e os intervenientes do comércio exterior”, ressaltou Rubim.

Apesar de uma reunião recente com representantes do governo federal, ainda não houve avanços nas negociações. A mobilização segue em nível nacional, afetando todas as fronteiras do País, enquanto os servidores aguardam uma resposta sobre suas reivindicações.

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