Partido em jogo

Cristian Viana, o novo secretário do Entorno, pertence ao Podemos, partido que não fazia parte da base do governador Ibaneis Rocha. Tudo indicava que receberia a filiação do ex-senador José Antonio Reguffe em seu retorno político. Quando senador, Reguffe chegou a pertencer ao Podemos, mas depois optou por um acordo mal costurado com o União Brasil, que o traiu e o deixou sem mandato. O Podemos o esperava de braços abertos, até porque apostava em uma candidatura de Reguffe (foto) a deputado federal, com votação suficiente para dar uma segunda vaga a militante do partido, talvez até o próprio Cristian. Reguffe, porém, preferiu o Solidariedade, o que deu a Ibaneis a oportunidade de atrair o Podemos. Agora, acredita-se que a senadora Damares está atraída pelas mesmas oportunidades políticas, eventualmente para articular uma coligação mais diversificada. Seu partido, o Republicanos, chegou  a negociar uma federação com o PP e talvez até o PL, mas esse acordo aparentemente não interessa à senadora brasiliense.

Motivos para a escolha inesperada

Uma explicação para a inesperada escolha do Solidariedade por Reguffe pode estar na entrevista dada pelo principal dirigente do partido nesta quarta-feira. o deputado federal e presidente nacional do Solidariedade Paulinho da Força, eleito por São Paulo, fez duras críticas ao governo Lula (PT) por não ter encontrado mecanismos para o controle da inflação. “Se o ministro Haddad não está funcionando, manda ele embora e põe outro. Essa é a responsabilidade do presidente”, desabafou. Segundo ele, não se controla inflação só aumentando a taxa de juros, porque aumenta o desemprego. “O presidente vem errando muito em sua opinião, e enquanto estiver nesta maré de desacertos vai continuar sendo alvo de julgamentos”. Em outras palavras, embora não seja bolsonarista, o Solidariedade pode estar abrindo uma nova frente de oposição a Lula e aos petistas.

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