Anvisa proíbe venda de 19 produtos da marca Black Skull

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MARCOS CANDIDO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu a venda de produtos da marca Black Skull. Pharma. Segundo a agência, a empresa vendia e anunciava medicamentos manipulados ao público geral, o que é proibido desde 2007.

Ao todo, 19 produtos tiveram venda online e publicidade proibidas na última quarta-feira (5). Entre eles há itens que prometem aumento da libido entre homens e mulheres, perda rápida de gordura e prevenção contra doenças de próstata (veja a lista abaixo).

A Anvisa define que produtos manipulados só podem ser vendidos individualmente e sob prescrição médica. Caso haja descumprimento, a agência tem aval para retirá-los de circulação.

Procurada, a Black Skull afirma que apoia iniciativas de farmácias que “manipulam fórmulas com ativos para melhorarem a performance da saúde da população, através de prescrições individualizadas”.

Diz, ainda, que nenhum produto de sua linha de suplementos foi atingido pela medida.

“A Black Skull não tem nenhum produto da sua linha tradicional de suplementos alimentares que tenha sido alvo de proibição ou questionamento da Anvisa, pois seguem padrões internacionais de qualidade e a regulação sanitária brasileira”, afirma.

PRODUTOS DA BLACK SKULL PHARMA COM VENDA PROIBIDA PELA ANVISA

Epidemium
Tukersterone
Tribulus Terrestris
Aswagandha
Ioimbina
Long Jack
Libido Black – Woman
Libido Black – Man
Prostate Black
Prostate
Lipolysis Night
Lipolysis Day
Krakatoa
Ozzyblack Dose – Adaptativa
Ozzyblack – Dose Plena
Blackoff
Creatina Nootropic
Mr. Testo
Oppenheimer

AÇÕES NA JUSTIÇA

A Black Skull é uma farmácia de manipulação que usa a licença da linha de suplementos Black Skull, do empresário Marcelo Bella. Ele também é presidente da Abenutri (Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais).

Em 2024, concorrentes processaram a Abenutri pela divulgação de uma lista com marcas de whey protein e creatina que supostamente teriam impurezas. Bella foi acusado de conflito de interesses, já que é dono de uma empresa do mesmo ramo.

Em dezembro, um documento obtido pela Folha mostrou que o conselho da Abenutri é composto também por familiares de Bella. Na ocasião, o empresário defendeu que a família tem experiência no assunto.

No mesmo ano, contudo, uma marca de suplementos aprovada pela Abenutri teve 30 toneladas de creatina apreendidas pela Polícia Civil de São Paulo por adulteração, irregularidades e supostos pedaços de plástico entre a mistura.

À Folha Bella defendeu que a análise considerou apenas um lote, não todos os disponíveis à venda.

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