Ao lado do rei da Jordânia, Trump ameaça Hamas com fim de cessar-fogo e repete que tomará Gaza

Abdullah 2º e trump

JULIA CHAIB
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encontra-se nesta terça-feira (11) com o rei da Jordânia, Abdullah 2º, um dia após ameaçar suspender repasses ao país caso seus líderes não aceitem a proposta de receber a população palestina que hoje está em Gaza.

A reunião também ocorre diante da possibilidade de rompimento do acordo de cessar-fogo na guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza.

Ao lado do rei, Trump reforçou nesta terça seu ultimato ao Hamas, afirmando que, caso eles não libertem “todos os reféns” até o meio-dia de sábado (15), tudo pode acontecer.

“Eles querem bancar os durões, vamos ver o quão durões eles são”, afirmou Trump nesta terça.

Nesta terça, o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, endossou a fala, dizendo nesta terça (11) que irá romper o cessar-fogo se o grupo terrorista não soltar os prisioneiros até a data estabelecida.

A declaração foi dada após o Hamas anunciar que iria adiar a soltura dos prisioneiros alegando violações de Israel ao acordo de cessar-fogo na área.

O trato prevê a liberação em fase dos reféns, sendo a próxima (a sexta), marcada para sábado. O movimento do Hamas gerou apreensão sobre a manutenção da trégua.

Por trás do alerta do grupo terrorista está a insatisfação com a proposta de Trump, endossada por Israel.

O Estado judeu disse fazer preparativos militares para a saída de parte dos 2,3 milhões de gazenses, mas ressalva que isso seria voluntário.

Nesta terça, ao receber o rei da Jordânia na Casa Branca, Trump afirmou que mantém o prazo e elogiou o rei Abdullah 2º, dizendo que ele é um “grande homem”.

Na terça, o presidente americano disse esperar que o rei concorde com sua proposta sobre os palestinos, por ser um país “com bom coração” e sob a ameaça de perder investimentos.

O rei afirmou que receberá 2 mil crianças palestinas de Gaza, algumas que sofrem de câncer, para receber tratamento médico na Jordânia. Ele ainda declarou que vai propor a Trump uma posição conjunta dos países árabes e muçulmanos a respeito da proposta de retirada dos palestinos dos lugar e o conflito na região.

Abdullah reiterou que atuará para levar paz à região.

A Jordânia recebe anualmente mais de US$ 1,5 bilhão em ajuda dos americanos. Trump pressiona para que o país, assim como o Egito, acatem suas ideias -amplamente criticadas por autoridades estrangeiras- para conter o conflito entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza.

O presidente dos EUA defendeu na semana passada e reiterou nesta segunda (11) que os palestinos deixem Gaza para que o local seja reconstruído, o que significa uma limpeza étnica do local.

Trump propôs que o deslocamento fosse permanente e já disse também que os EUA podem tomar a região. Para isso, ele pressiona para que o Egito e a Jordânia recebam os palestinos, mas os países resistem a essa hipótese.

O presidente dos EUA se reúne nesta terça com Abdullah 2º e com o príncipe do país, Al Hussein bin Abdullah 2º. É a terceira reunião bilateral de Trump desde a posse, em janeiro, e a primeira vez que ele recebe um líder do Oriente Médio. Na semana passada, o republicano encontrou com Netanyahu.

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