Após Trump impor tarifas, Padilha diz que Brasil não entrará em guerra comercial com ninguém

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MARIANA BRASIL E RENATO MACHADO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta terça-feira (11) que o Brasil não vai entrar em nenhuma guerra comercial após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impor tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio, o que afeta as exportações brasileiras.

Padilha também acrescentou que a questão ainda não foi discutida dentro do governo federal, por isso não há posição sobre medidas a serem adotadas.

“[O governo] não fez nenhuma discussão em relação a isso. O que o presidente Lula tem dito sempre, com muita clareza, outros países também: guerra comercial não faz bem para ninguém. Um dos avanços importantes do mundo nos últimos anos foi exatamente a gente constituir um instrumento de diálogo entre os países, o reforço do livre comércio, o papel da OMC [Organização Mundial do Comércio] em relação a isso”, afirmou o ministro palaciano.

“Então o Brasil não estimula e não entrará em nenhuma guerra comercial. Sempre seremos favoráveis a que se fortaleça cada vez mais o livre comércio”, completou.

As declarações foram dadas a jornalistas após a cerimônia de abertura do Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, em Brasília. Também participaram o presidente Lula (PT) e os novos presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

Nesta segunda-feira (10), Donald Trump confirmou a elevação das tarifas sobre as importações de aço e alumínio para 25% e o cancelamento de cotas para grandes fornecedores, como o Brasil.

Em seu ato, Trump citou o aumento expressivo de compra de aço da China pelo Brasil entre as justificativas para elevar as tarifas.

“As importações brasileiras de países com níveis significativos de sobrecapacidade, especificamente a China, cresceram tremendamente nos últimos anos, mais do que triplicando desde a instituição deste acordo de cotas”, diz um dos trechos da ordem executiva adotada pelo republicano nesta segunda-feira (10).

O texto traz uma longa justificativa para a adoção da medida que afeta os principais vendedores de aço para os EUA. Os americanos argumentam, em linhas gerais, que países que foram beneficiados por exceções às tarifas impostas pelo próprio republicano em seu primeiro mandato -como é o caso do Brasil, que tem uma cota- aumentaram significativamente suas exportações para os EUA nos últimos anos.

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