Criança entre 10 e 14 anos é a primeira morte por dengue registrada na cidade de São Paulo

Mosquito da dengue

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O estado de São Paulo registrou a primeira morte por dengue em 2025 na faixa etária entre os 10 e 14 anos, idades elegíveis para a vacinação no SUS (Sistema Único de Saúde).


A morte aconteceu na capital paulista, conforme dados do Painel de Arboviroses da SES (Secretaria de Saúde do Estado). O óbito é o primeiro registrado pela doença na cidade de São Paulo neste ano. Outros 12 óbitos estão em investigação. Não há informações sobre a situação vacinal da criança.


Em janeiro, a Folha mostrou que somente 10,65% das crianças e adolescentes paulistas elegíveis para a vacinação contra a dengue completaram o esquema de imunização.


Em números absolutos, das 2.403.648 pessoas de 10 a 14 anos que devem tomar a vacina no estado de São Paulo, apenas 256.084 receberam as duas doses da Qdenga, da farmacêutica Takeda. Quanto à primeira dose, foi aplicada em 593.256 crianças e adolescentes. Os números são da Secretaria Estadual da Saúde e se referem ao período de fevereiro de 2024 até 15 de janeiro deste ano.


Na capital paulista, 34,17% dos jovens tomaram a primeira doseda Qdenga e 19,11% a segunda, de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde. Até o dia 10 de janeiro, foram aplicadas 229 mil de primeira dose e 128 mil de segunda. O público elegível para a vacina é estimado em 600 mil. Desde o início da campanha de vacinação, em abril do ano passado, São Paulo recebeu 616 mil doses do imunizante -a última remessa, com 100 mil doses, foi entregue em 7 de janeiro.


A faixa etária de 10 a 14 anos foi escolhida como público-alvo com base em recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) devido ao maior risco de hospitalização. A Qdenga é administrada em duas doses, com 90 dias de intervalo entre elas.


De acordo com critérios definidos pelo Ministério da Saúde, 391 dos 645 municípios paulista têm a vacina na rede pública. São cidades com mais de 100 mil habitantes, localizadas em regiões com alta transmissão da doença e incidência do sorotipo 2 do vírus.


A farmacêutica Takeda afirma que seu laboratório tem capacidade limitada de produção, o que impacta a oferta de vacina. Com essa limitação, a eliminação dos focos do mosquito Aedes aegypti segue como estratégia principal de prevenção à dengue.


No momento, um em cada quatro municípios paulistas está em epidemia de dengue.


De 1º de janeiro até hoje, o estado de São Paulo totalizou mais de 79 mil casos confirmados de dengue. No período, 56 pessoas morreram, e 204 óbitos estão em investigação.


Apesar de os números da dengue no estado de São Paulo em 2025 ainda serem menores se comparados com os do mesmo período de 2024, a projeção é de mais um ano epidêmico.

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