Hercílio Luz: à espera de um milagre

O Hercílio Luz precisa de um verdadeiro milagre para escapar do rebaixamento à segunda divisão do Campeonato Catarinense. Além dos erros cometidos pela diretoria no planejamento da temporada, motivo de revolta até mesmo de torcedores rivais, o roteiro dos hercilistas tem ganhado contornos cada vez mais dramáticos.

Primeiro, a lesão do meia Ingro, principal jogador da equipe, que está fora da primeira fase. Um dos poucos que ainda conseguiam se destacar acabou perdendo a fase mais decisiva. Como se não bastasse a perda do camisa 10 — um fato que poderia unir o grupo —, há conflitos internos. O zagueiro Bruno Gabriel e o lateral-esquerdo Mateus Mendes foram afastados do duelo contra o Concórdia, no Oeste, após uma forte discussão em um dos treinos da semana. Tem como piorar?

E tem. Os números são alarmantes: apenas dois empates e cinco derrotas em 2025. O time vive uma de suas piores campanhas e caminha a passos largos para retornar à Série B estadual. Nesta edição do Catarinense, o Hercílio perdeu duas partidas seguidas em casa após sete anos, sofreu uma derrota por três gols de diferença depois de três anos e ainda cedeu as únicas vitórias de Caravaggio e Marcílio Dias na competição.

Paulo Baier não é milagreiro. Ele faz o seu papel de não jogar a toalha e acreditar até o fim. O time colorado até demonstrou evolução em certos momentos com o novo técnico, mas o problema vai muito além do desempenho técnico. A parte física, evidenciada pelo próprio treinador, tem sido um dos principais obstáculos. O clube sofre e não demonstra forças para reagir. Não há muito mais a ser extraído do que já foi visto.

É claro que, enquanto a matemática permitir, o Hercílio Luz continua vivo na briga pela permanência. Mas é preciso encarar a realidade: após a derrota para o Concórdia, a situação se agravou e o rebaixamento parece praticamente irreversível. Só mesmo um milagre.

E, para continuar sonhando, um desses milagres precisa acontecer já nesta quinta-feira (13), contra o Joinville, em casa, diante de um torcedor machucado e revoltado. A sequência de jogos no Aníbal Costa poderia ser um trunfo, mas os adversários são indigestos. Além do JEC, Chapecoense e Criciúma também cruzarão o caminho do Leão do Sul.

A situação é complicada, mas é preciso deixar algo claro: se o descenso se confirmar, não serão estes últimos quatro jogos que terão rebaixado o Hercílio Luz. O problema foi a perda de pontos fundamentais contra adversários diretos. Nestes confrontos, o time somou apenas um ponto.

É aquela velha máxima do futebol: os deuses do futebol não costumam ajudar aqueles que erram no planejamento. E a conta sempre chega.

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