Oposição consegue excluir federações operárias de conselho

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Depois de discussão altamente agressiva, que chegou a haver uma discussão violenta entre as deputadas brasilenses Bia Kicis e Érika Kokay, a oposição conseguiu excluir sindicalistas de um conselho vinculado ao Programa Mobilidade Verde e Inovação (Lei 14.902/24), resgatando o texto de outra medida provisória: a 1249/24.

O programa conhecido como Mover prevê incentivo de R$ 19,3 bilhões em cinco anos e redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para estimular soluções tecnológicas mais sustentáveis, como veículos com menor emissão de gases do efeito estufa.

O programa permite que montadores e outras empresas habilitadas importem peças e componentes com redução tarifária, de 16% para 2%, desde que não haja produção nacional equivalente. Também permite – questão essencial – importação sem ônus de terminados medicamentos.

A contrapartida exigida pela lei, de investimento de 2% do valor importado em programas para o desenvolvimento da cadeia de autopeças e dos demais fornecedores, caberá à montadora que usar os itens em seus veículos.

O problema surgiu quando, na votação dos destaques em Plenário, apareceu proposta para incluir as representações da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Força Sindical do conselho diretor do Fundo Nacional de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico (FNDIT), criado pela lei do programa Mover para gerir recursos vindos do descumprimento de metas de pesquisa.

Érika Kokay acusou Bia Kicis, que defendia a exclusão dos sindicatos. Disse que “a direita não tolera a representação patronal e a representação laboral. Querem retirar quem efetivamente faz parte das forças produtivas neste Brasil e deixar só na mão do Governo”.

Depois de muito bate-boca chegou-se a uma série de votações. Na questão decisiva, a composição do conselho, em um primeiro destaque, emenda apresentada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) teve um empate no placar (211 a favor e 211 contra, com 1 abstenção). Na segunda votação determinada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, a emenda foi aprovada com 227 votos a 198 e 2 abstenções.

Até a pedofilia entra no jogo

Antes de se chegar a esse resultado, a oposição foi acusada de não respeitar os trabalhadores e as mulheres. Bia Kicis engrossou o caldo. “Sou mulher, é lógico que respeito, mas eu não preciso respeitar, por exemplo, a peladona que hoje estava desfilando totalmente nua no Palácio do Planalto. Quando uma mulher faz coisas indevidas e impróprias, eu não respeito. E eu não quero saber se é homem ou se é mulher. Fez errado? É pau nele, e não tem nada”.

Aí, resolveu partir para o ataque direto. “O PT fala tanto, mas não expulsou o Wilmar Lacerda, estuprador, pedófilo. Não expulsou. O PT da Deputada Gleisi Hoffmann e da Deputada Erika Kokay, que está aqui dizendo que não respeitamos a mulher, não expulsou o pedófilo do seu partido. Então respeitamos a mulher e temos verdadeira ojeriza a quem desrespeita a mulher. Mas querer que queiramos Janja e companhia num conselho de ciência e tecnologia, desculpe-me, não podemos aceitar”.

Aí foi a vez de Érika Kokay reagir: ”Quiseram dizer que acobertássemos pedófilos, fugindo à própria realidade e à verdade, como é praxe de pessoas aprisionadas pela mentira, que só sabem falar mentiras, destilar ódio e desprezar outra pessoa”. Afinal, disse, “o que o PT fez com a denúncia que surgiu? Primeiro, suspendeu cautelarmente, suspendeu imediatamente e, por decisão unânime da Executiva, remeteu para o Conselho de Ética, com vistas à expulsão”. Respeitem a nossa história!

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