Ao lado do primeiro-ministro do Japão, Trump ameaça impor tarifas ao país

shigeru ishiba e trump

JULIA CHAIB
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS)

O presidente Donald Trump ameaçou nesta sexta-feira (7) impor tarifas adicionais aos produtos importados do Japão caso o déficit comercial dos Estados Unidos com o país asiático não seja equilibrado.

A declaração foi dada ao lado do primeiro-ministro japonês, Shigery Ishiba, em resposta a repórteres antes de as autoridades terem um encontro reservado.

“Queremos trabalhar no déficit. Temos cerca de US$ 100 bilhões de déficit com o Japão, o que não me surpreende, porque vocês são muito bons negociadores”, afirmou Trump.

Ishiba, por sua vez, disse entender que o presidente americano quer uma política comercial benéfica “mutuamente” e que isso será discutido no futuro.

Trump elogiou o primeiro-ministro e disse que ele faz um “trabalho fantástico”. Ishiba devolveu os elogios e afirmou que a Toyota, fabricante japonesa de carros, pretende anunciar mais investimentos e empregos nos EUA.

“À medida que avançamos, junto com o presidente e também com os Estados Unidos, o Japão e eu estamos determinados a trabalhar de mãos dadas para trazer paz ao mundo e também permitir que as pessoas tenham seus sonhos e suas esperanças”, disse o primeiro-ministro.

No encontro, os dois discutiram os esforços japoneses para ampliar gastos com defesa para fazer frente à China. Ishiba pretendia debater o problema de japoneses que foram sequestrados pela Coreia do Norte.

Também queria levar à mesa de conversas a necessidade de manter estabilidade no Estreito de Taiwan.

O primeiro-ministro queria levar ao presidente a intenção da Nippon Steel de comprar a US Steel.

Também propôs cooperação na área de inteligência artificial generativa.

A US Steel e a Nippon Steel alegam em ação judicial apresentada em janeiro que o então presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, violou a Constituição do país ao bloquear a compra da empresa americana pela japonesa por US$ 14,9 bilhões ao realizar uma falsa análise de segurança nacional.

As empresas querem que a Justiça anule a decisão de Biden de impedir o negócio para que possam ter outra chance de aprovação por meio de uma nova análise de segurança nacional sem influência política.

O processo alega que Biden prejudicou a decisão do Comitê de Investimentos Estrangeiros nos EUA (CFIUS), que examina negócios envolvendo empresas estrangeiras sob o ponto de vista de eventuais riscos à segurança nacional do país, e violou o direito das duas empresas a uma análise justa.

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