EUA apreende na República Dominicana segundo avião venezuelano

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Os Estados Unidos apreenderam nesta quinta-feira (6) um segundo avião do governo da Venezuela retido na República Dominicana, em meio a uma visita do chefe da diplomacia americana Marco Rubio, apesar de uma recente reaproximação diplomática entre Caracas e Washington.

Em uma pista de pouso militar na capital Santo Domingo e na presença de Rubio, um promotor dominicano e um representante das forças de segurança dos Estados Unidos colocaram um cartaz que dizia “apreendido” no avião Dassault Falcon 200 de bandeira venezuelana.

De acordo com o Departamento de Estado, funcionários da Venezuela usaram essa aeronave para voar para Grécia, Turquia, Rússia, Nicarágua e Cuba, e a levaram para a República Dominicana para manutenção.

A aeronave, indicou o governo americano, também foi utilizada em 2019 pelo então ministro do Petróleo, Manuel Quevedo, para participar de uma reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) nos Emirados Árabes Unidos.

Outro avião oficial da Venezuela, modelo Dassault Falcon 900EX, foi confiscado na República Dominicana em 2 de setembro do ano passado e levado para a Flórida, Estados Unidos. Autoridades alegaram que ele havia sido comprado “ilegalmente” por 13 milhões de dólares (R$ 75 milhões, na cotação atual) através de uma empresa de fachada e retirado de contrabando para uso do presidente chavista Nicolás Maduro e seus aliados.

Então candidato à Presidência para um segundo mandato na Casa Branca, Donald Trump chamou de “estúpidos” os “líderes” democratas pela apreensão do avião, ao afirmar que Maduro poderia comprar “um muito maior e melhor com todo o dinheiro” que os Estados Unidos pagam à Venezuela por petróleo que não precisam.

A apreensão do Dassault Falcon 900EX ocorreu em meio à intensificada crise política desencadeada pela reeleição de Maduro para um terceiro mandato consecutivo, não reconhecida por Washington diante de denúncias de fraude.

A oposição venezuelana reivindica uma vitória nas urnas do diplomata Edmundo González Urrutia, exilado após uma ordem de prisão contra ele.

Em 31 de janeiro, Richard Grenell, enviado especial de Trump, viajou a Caracas para se reunir com Maduro e conseguiu a libertação de seis prisioneiros americanos, além de um acordo para que Caracas recebesse venezuelanos deportados dos Estados Unidos.

Maduro disse que as conversas ocorreram em um clima de “respeito mútuo”, mas Rubio e outros funcionários americanos insistiram em que o encontro não muda a postura de Washington.

Trump manteve em seu primeiro mandato (2017-2021) uma linha dura de sanções contra o governo de Maduro, que incluía um embargo ao petróleo venezuelano, posteriormente flexibilizado durante a administração de Joe Biden.

Em junho de 2022, um avião Boeing 747 venezuelano-iraniano foi imobilizado na Argentina e destruído nos Estados Unidos em janeiro de 2024, o que Caracas chamou de “roubo”.

© Agence France-Presse

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