Chevrolet vai reviver clássicos Opala, Chevette e Monza no Brasil por meio de restauração com padrão de fábrica

chevrolet concessionaria final

EDUARDO SODRÉ
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Carros antigos da Chevrolet que poderiam virar sucata vão ganhar uma segunda chance na vida. O anúncio foi feito na celebração dos cem da General Motors no Brasil, no fim de janeiro.

A montadora, contudo, não deu detalhes sobre a iniciativa. A revelação do projeto se resumiu a uma frase no vídeo que divulgou ações da empresa ao longo de 2025. Mas carros em exposição no evento deram pistas de como será esse futuro do pretérito.

Um Opala SS cupê branco e um Chevette azul se destacavam entre os modelos exibidos. Eram automóveis restaurados por diferentes oficinas especializadas, que podem ser parceiras da GM na iniciativa.

A fábrica da empresa em Mogi das Cruzes (região metropolitana de São Paulo) é dedicada à produção de componentes tanto para as linhas de montagem das outras plantas como para o mercado de reposição.

Uma das possibilidades é direcionar parte desse trabalho aos modelos clássicos, com peças moldadas de forma limitada e artesanal de acordo com os padrões originais.

São processos caros. A depender do estado do veículo, restaurar um carro antigo à perfeição pode custar mais de R$ 200 mil, o que não significa que esse valor será recuperado em uma venda futura. No mercado de carros clássicos, os modelos mais valorizados são os que preservaram as características originais, com o mínimo de intervenções.

Entretanto, há casos em que um chassi enferrujado que volta às ruas reconstruído vale milhões, devido ao valor histórico do veículo. É o que poderia acontecer se um modelo do primeiro lote montado pela GM em 1925, quando se instalou em um galpão no Ipiranga (zona sul de São Paulo), fosse encontrado. As peças desses automóveis vieram dos EUA.

Mas espera-se que o programa Chevrolet Vintages se dedique aos nacionais. São os veículos feitos a partir de 1968, ano de lançamento do Opala. Os neoclássicos também devem ser contemplados, abrangendo Monza e Kadett das décadas de 1980 e 1990.

Esses veículos devem receber um certificado de que foram restaurados de acordo com os padrões originais da montadora.

A iniciativa da GM não será inédita no Brasil. Desde 2021, a JLR (Jaguar Land Rover) oferece um serviço de restauração em sua fábrica, na cidade de Itatiaia (RJ). Mesmo os escombros de um modelo antigo podem dar origem a um carro idêntico ao que foi produzido na Inglaterra há mais de 60 anos, incluindo a pintura.

Na Europa, marcas como BMW, Ferrari, Mercedes-Benz e Porsche têm seus próprios centros de restauração. Além dos modelos levados por colecionadores, alguns carros são adquiridos e revendidos pelas próprias marcas, estratégia que poderá ser adotada pela GM no Brasil.

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