União contra a violência: a importância de agir diante de crimes que afetam brasileiros na Itália e outros países

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Por Renata Bueno*

Feminicídios, desaparecimentos e sequestros são realidades alarmantes que exigem atenção e ação imediata. Cada um desses casos representa não apenas uma tragédia individual, mas também um alerta para a necessidade de uma rede de apoio forte e eficiente para proteger cidadãos brasileiros que vivem fora do país.

A sociedade não pode se manter indiferente, é preciso estar atenta, cobrar justiça e garantir que nenhuma vítima fique esquecida.

Acompanho o caso de Alphaville Pedrosa de Melo, brasileiro desaparecido em Roma desde o dia 31 de dezembro de 2024. Seu carro foi encontrado atolado em um terreno particular, sem sinais de violência, mas com movimentações suspeitas em sua conta bancária e mensagens anônimas enviadas à sua família. Esses indícios apontam para a possibilidade de um crime organizado por trás de seu sumiço, tornando essencial uma investigação rápida e transparente.

Tenho me dedicado à defesa de famílias brasileiras que enfrentam situações como essa, de extrema vulnerabilidade no exterior. Casos como este, violência contra mulher, feminicídios, sequestros e outros, atuo oferecendo não apenas assistência jurídica especializada, mas também acolhimento às vítimas e seus familiares.

Não podemos permitir que desaparecimentos como o de Alphaville sejam ignorados ou fiquem sem solução. O envolvimento das autoridades, da sociedade civil e de organizações de direitos humanos é fundamental para pressionar por respostas e evitar que outras famílias passem pelo mesmo desespero.

O assassinato de Ana Cristina Duarte, brasileira brutalmente morta pelo marido na Itália na frente de seus três filhos, é mais um caso que expõe a vulnerabilidade das mulheres brasileiras que vivem no exterior.

Esse crime gerou grande repercussão tanto na Europa quanto no Brasil e reforçou a necessidade de medidas concretas para prevenir a violência doméstica.

A segurança das mulheres deve ser uma prioridade. Iniciativas como a campanha ‘Sinal Vermelho’, que facilita a denúncia e amplia a proteção às vítimas, precisam ser fortalecidas e disseminadas globalmente.

Somente com ação conjunta entre governos, entidades de direitos humanos e a sociedade poderemos combater essa realidade cruel e garantir que nenhuma mulher fique desamparada.

A violência contra brasileiros no exterior é um problema que exige mobilização constante.

Cada caso não resolvido é uma ferida aberta para as famílias das vítimas e um alerta para aqueles que estão em situação de risco.

Somente com ação conjunta poderemos garantir que a justiça seja feita e que casos como os de Alphaville e Ana Cristina não se repitam. É essencial fortalecer redes de apoio, cobrar ações eficazes das autoridades e promover o acesso à informação e à assistência jurídica para todos que necessitam. A prevenção e a luta pela justiça são responsabilidades coletivas. Que possamos, juntos, transformar essa realidade.

Renata Bueno é uma parlamentar ítalo-brasileira nascida em 1979 em Brasília, DF, Brasil. Conhecida por seu envolvimento na política e na defesa dos direitos dos descendentes de italianos no Brasil. Renata Bueno foi eleita deputada federal em 2010, sendo a primeira mulher eleita pelo Partido Socialista Italiano (PSI) fora da Itália. Sua atuação política tem sido focada em temas relacionados à cidadania italiana, imigração, e fortalecimento dos laços entre Brasil e Itália. Ela é presidente da Associação pela Cidadania Italiana no Brasil e tem trabalhado para facilitar o processo de reconhecimento da cidadania italiana para descendentes de italianos no país. Além de parlamentar, Renata é advogada e empresária, com o Instituto Cidadania Italiana e Mozzarellart.
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