Roraima desponta como vice-campeão das queimadas, apesar das chuvas

Queimadas avançam sobre o lavrado no Município do Amajari, ao longo das margens da RR-203

Dados do sistema BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) confirmam que foram registrados, no Brasil, 3.137 focos de incêndio em janeiro de 2025, sendo que a Amazônia concentra a maior parte dos focos de incêndio, com 1.219 (38,9%). E não se trata de nenhuma novidade saber que o Estado de Roraima faz parte dos estados que lideram o ranking do fogo.

Enquanto Maranhão é o Estado com o maior número de queimadas, com 434 focos, Roraima é o vice-campeão, com 384 focos, seguido do Pará, que registrou 356. Roraima na segunda colocação na lista traz algumas considerações a respeito do que foi a mais recente tragédia ambiental, quando o fogo fez um estrago imensurável no fim de 2023 e início de 2024.

Depois dessa tragédia incontrolável, foi publicado um decreto estadual, no fim do mês de outubro de 2024, criando a Operação Verão Sem Fogo para promover ações preventivas e educativas no combate aos incêndios durante o período de estiagem, que começaria no fim de 2024 e início deste ano, o que acabou não ocorrendo devidos às chuvas atípicas.

Como até hoje ocorrem chuvas esporádicas em todo o Estado, especialmente no Município do Amajari, que faz parte do Arco do Fogo, os incêndios e queimadas seguem sob controle, embora em estiagens mais longas surgem focos em algumas regiões. E, apesar das ações lançadas no fim do ano passado, pouco se viu de atos concretos dessa Operação Verão.

Onde não tem chovido com certa frequência, o fogo tem feito estragos. Os números do BDQueimadas do Inpa apontam que as queimadas avançaram em quase todas as regiões em janeiro deste ano, incluindo Norte, Nordeste e Sul de Roraima. Os campeões do fogo no mês passado foram: Normandia (63 focos), Pacaraima (60), Rorainópolis (39), Caroebe (33) e Uiramutã (33).

Essa pequena amostra revela que todos os biomas roraimenses, incluindo lavrado, matas e serras, estão sob ataques do fogo neste momento. Inclusive no Amajari, que às margens da sua principal rodovia, a RR-203, há registro de queimadas que avançam sobre o lavrado em direção a áreas de matas, fato que se repete a cada estiagem. Não fossem as chuvas, a tragédia do ano passado estaria se repetindo agora.

Sinal de que as ações governamentais anunciadas após a tragédia de 2023/2024 não impactaram na realidade do fogo em Roraima, uma vez que o Estado segue como um dos mais atingidos pelas queimadas, mesmo que a estiagem não esteja sendo rigorosa. Se a estiagem avançar, o fogo fatalmente avançará em todas as regiões até meados de abril, quando o período chuvoso deve começar.

E aí todas as máscaras e cortinas cairão, mais uma vez…

*Colunista

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