Trump busca reverter proteção de espécies para avançar em agenda energética

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O governo de Donald Trump toma medidas para reduzir a proteção das espécies ameaçadas de extinção e de seus habitats, em uma tentativa de avançar em sua agenda energética, sob o lema “Perfurar, perfurar, perfurar”, uma referência aos poços de petróleo e gás.

Uma diretiva assinada ontem pelo secretário do Interior, Doug Burgum, dá um prazo de 15 dias para as agências apresentarem planos para liberar a energia dos Estados Unidos, o que, segundo críticos, enfraqueceria a Lei de Espécies Ameaçadas de Extinção e abriria para a exploração paisagens frágeis do Ártico ao Grand Canyon, passando por monumentos nacionais.

“Hoje marca o início de um capítulo emocionante para o Departamento do Interior”, disse Burgum, cujos laços estreitos com a indústria dos combustíveis fósseis gerou fortes críticas de ambientalistas durante suas audiências de confirmação no cargo. “Estamos comprometidos a trabalhar em colaboração para liberar todo o potencial dos Estados Unidos no plano energético e no desenvolvimento econômico, a fim de tornar a vida mais acessível para cada família americana e, ao mesmo tempo, mostrar ao mundo o poder dos recursos naturais e da inovação dos Estados Unidos.”

A ordem visa a reverter as proibições de perfuração no Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Ártico e nas águas costeiras, restrições impostas pelo ex-presidente Joe Biden. Também busca revogar uma norma que restabeleceu proteções de longa data para as aves contra as mortes evitáveis causadas por vazamentos de petróleo, efeitos de poços de mineração e colisões com edifícios.

No primeiro governo Trump (2017-2021), disposições ambientais-chave perderam força, o que permitiu que considerações econômicas influenciassem as decisões sobre a proteção das espécies. Biden revogou essas mudanças e Trump pressiona para restabelecer essas regras.

Segundo o especialista Noah Greenwald, do Centro para a Diversidade Biológica, espécies cujos habitats se sobrepõem à Bacia do Permiano, principal área de produção de petróleo e fraturamento hidráulico do país, correriam o maior risco.

© Agence France-Presse

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