Major, capitão e cabo da PM viram réus por mortes na Operação Verão, em SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Um major, um capitão e um cabo da Polícia Militar de São Paulo viraram réus pela morte de duas pessoas na Baixada Santista, no âmbito da Operação Verão, que aconteceu de dezembro de 2023 a abril do ano passado.

A denúncia foi oferecida à Justiça por uma força-tarefa do Ministério Público do estado, composta por promotores do Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial e do Tribunal do Júri.

Procurada, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) não respondeu até a publicação desta reportagem.

A acusação contra o major foi recebida em 28 de janeiro pelo Judiciário. O oficial responde por homicídio consumado qualificado cometido na cidade de Santos. Em seu depoimento sobre o caso, ele afirmou que a vítima portava uma arma, o que não foi comprovado pelas investigações.

Já o capitão e o cabo passaram à condição de réus nesta terça-feira (4) pela prática de homicídio duplamente qualificado na cidade de São Vicente. Conforme a investigação, houve alteração da cena dos fatos, para simular que as vítimas estavam armadas, e a obstrução de câmeras operacionais para impedir a gravação da ocorrência.

Com 56 mortes, a Operação Verão é a segunda ação mais letal da história da polícia de São Paulo, atrás apenas do massacre do Carandiru, quando 111 homens foram mortos durante a invasão da Casa de Detenção, em 2 de outubro de 1992.

A escalada de mortes no litoral paulista resultou em uma série de críticas às atuação da polícia, entre as quais está uma queixa ao Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) apresentada no mês passado pela Conectas Direitos Humanos e pela Comissão Arns.

A operação, que é acionada durante a alta temporada de turismo no litoral paulista, foi intensificada em fevereiro do ano passado, oito dias após após a morte do soldado Samuel Wesley Cosmo, da Rota, durante patrulhamento de rotina em Santos.

Ao ser questionado sobre o tema, na ocasião, o governador afirmou que não está “nem aí” para as denúncias de abusos cometidos durante a Operação Verão.

“Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí”, disse Tarcísio.

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