Câmara de SP inicia ano legislativo com debate sobre acabar com sessões remotas

DEMÉTRIO VECCHIOLI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A Câmara Municipal de São Paulo abriu seus trabalhos legislativos nesta terça-feira (4) com debate sobre a manutenção das sessões semipresenciais, existentes desde a pandemia de Covid-19.

Na primeira reunião de líderes, em uma sala mal ventilada e lotada de vereadores e assessores, houve bate-boca a respeito da proposta que surgiu por incômodo de integrantes do PSOL e do PT.

Em um encontro preliminar, ficou acertado que Alessandro Guedes (PT) e Rubinho Nunes (União), de campos políticos opostos, vão trabalhar juntos na minuta de um projeto de lei.

“Projeto importante tem que ser votado aqui. Teve matéria que os vereadores votaram de fora do país”, reclamou, já no plenário, o vereador Toninho Vespoli (PSOL).

“A questão do virtual só foi criada por causa da pandemia, e não vai ter ninguém que vai falar que ainda precisamos estar em isolamento. É um dever nosso estar aqui”, disse a líder do PT, Luna Zarattini.

A proposta encontra resistência em vereadores mais experientes, que usaram situação vivida pelo líder do governo Fábio Riva (MDB), afastado certa vez para um tratamento de saúde e que participava das sessões remotamente.

Atualmente os vereadores podem participar das sessões presencialmente no Palácio Anchieta, sede da Câmara no centro de São Paulo, ou remotamente, a partir de uma plataforma de videoconferência.

O presidente da Casa, Ricardo Teixeira (União), se comprometeu a levar a pauta à votação. “Mesmo quando eu for contra, a maioria sempre vai vencer.”

A reunião de líderes teve também momentos de tensão. Primeiro, com o vereador Carlos Bezerra Jr (PSD), um dos veteranos do Legislativo municipal, dizendo que ficou sabendo ali que Thammy Miranda era o líder do seu partido.

“Ninguém me chamou para a votação, ninguém me disse nada”, reclamou. Houve troca de provocações entre os dois, com Thammy explicando que foi escolhido no dia 1º, após a posse, com voto de Rodrigo Goulart, que se licenciou para assumir a secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho da gestão Ricardo Nunes (MDB) e abriu espaço a Bezerra. “Ele foi vereador durante uma hora, mas votou, entendi”, protestou Bezerra.

Em outro momento, Marina Bragante (Rede) disse que estava ansiosa pelo começo dos trabalhos do ano. Cris Monteiro (Novo) retrucou dizendo que Marina é nova na Câmara, mas que os outros vereadores já estavam trabalhando desde o início do ano.

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