Milhares em Los Angeles protestam contra medidas anti-imigração de Trump

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Manifestantes se juntaram no centro de Los Angeles, na Califórnia, e bloquearam parte de uma rodovia para protestar contra as políticas de deportação agressivas e a repressão à imigração ilegal do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, neste domingo (2).

De acordo com o jornal Los Angeles Times, alguns desses manifestantes se cobriram com bandeiras mexicanas e salvadorenhas enquanto bloqueavam o tráfego perto da prefeitura, recebendo ora buzinadas, ora mensagens de solidariedade dos motoristas que passavam na área.

Alguns dançaram na rua usando cocares tradicionais de penas ao som de uma mistura de músicas mexicanas tradicionais e contemporâneas que tocava em um alto-falante.

Alguns manifestantes carregavam cartazes que diziam “mexicanos sempre conseguem atravessar” e “não cuspa no prato em que come” -o último, uma referência aos trabalhadores agrícolas no estado.

Ainda durante o protesto, houve queima de pneus e realização de manobras com veículos. A rodovia foi reaberta por volta das 20h (0h em Brasília).

Mesmo assim, os protestos, orquestrados pelas redes sociais, continuaram até a noite. Após um aviso de emergência ser emitido em toda a cidade por volta das 19h (23h em Brasília), policiais equipados com capacetes, cassetetes e armas não letais foram enviados ao centro da cidade, disse Tony Im, porta-voz do Departamento de Polícia de Los Angeles.

Na rede social X, a polícia enfatizou que os protestos foram em grande parte pacíficos, ainda que não tivessem sido autorizados. Tanto a polícia quanto o Departamento de Transportes da Califórnia aconselharam a população a evitar o centro de Los Angeles, dada a importância da rodovia bloqueada.

Policiais se organizaram de modo a impedir que os manifestantes avançassem num local próximo a uma estação. Até as 22h (2h de segunda-feira em Brasília), não houve relatos de prisões ou ferimentos, mas a polícia permaneceu no local, segundo Tony Im.

Trump declarou uma crise na fronteira dos EUA com o México e assinou uma série de decretos com o objetivo de reformar o sistema de migração do país, prometendo deportar milhões de pessoas que estão no país de forma irregular. Os manifestantes disseram ao LA Times que foram essas ações que os motivaram a se reunir neste domingo.

Os decretos assinados por Trump ainda limitam drasticamente os caminhos legais para entrar nos EUA, reforçam os esforços de fiscalização para selar a fronteira e autorizam a promoção de operações agressivas para prender e deportar migrantes em situação irregular.

Alguns desses decretos foram contestados nos tribunais.

Estima-se que haja de 11 milhões a 15 milhões de imigrantes em situação irregular nos EUA, sendo mais de 2 milhões somente na Califórnia. São pessoas que cruzaram a fronteira ilegalmente, excederam o prazo de seus vistos ou solicitaram asilo humanitário.

Essa cifra não inclui, porém, aqueles que entraram no país com o status de proteção temporária, e têm o direito de viver e trabalhar nos EUA temporariamente devido a desastres ou conflitos em seus países de origem.

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