Prefeitura do Rio confirma primeira morte por dengue em 2025

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YURI EIRAS
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)

A Prefeitura do Rio de Janeiro confirmou nesta segunda-feira (27) a primeira morte por dengue na cidade em 2025. A vítima era um homem de 38 anos, morador de Campo Grande, na zona oeste.

Em todo o estado são 2.105 casos prováveis de dengue e 140 internações desde o início do ano, segundo o governo estadual.

A secretaria municipal de Saúde divulgou nesta segunda o LIRAa (Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti), balanço da presença do Aedes aegypti na cidade. Agentes municipais inspecionaram 102.316 imóveis no Rio na primeira semana de 2025, segundo o documento.

As inspeções coletaram amostras, levadas aos laboratórios, e verificaram presença de água parada e risco de criação e proliferação do mosquito.

O índice geral do Rio esteve em 0,74 na primeira semana de 2025, considerado satisfatório e menor em relação ao mesmo período de 2024 (0,79).

O maior índice de infestação predial está no centro da cidade, região em que há casarios abandonados e cortiços. O centro é seguido por parte da zona oeste, nos bairros de Campo Grande, Guaratiba e Santa Cruz. O menor índice está na zona sul.

“Embora tenhamos registrado uma melhora em relação ao ano passado, ainda existem áreas da cidade que requerem atenção especial”, diz o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.

Vasos, frascos com plantas, bebedouros e outros objetos com possibilidade de acúmulo de água, como fontes ornamentais e imagens religiosas, foram os focos mais predominantes do mosquito, segundo levantamento do município. A orientação é realizar limpeza semana com bucha ou esponja.

A secretaria estadual de Saúde pediu que as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) estaduais intensifiquem a busca por sintomas, e destinou um hospital próprio para o tratamento de gestantes diagnosticadas com a dengue.

“Estamos vivendo períodos de altas temperaturas no estado e isso favorece a proliferação da dengue. Vamos reforçar o trabalho dos profissionais que atuam na ponta”, afirma a secretária estadual de Saúde Cláudia Mello.

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro confirmou, no dia 9 de janeiro, o primeiro caso de dengue tipo 3 no estado em 2025. Esse sorotipo pode levar a um quadro mais grave caso o paciente já tenha contraído a doença anteriormente ou pertença a grupos de risco.

Em 2024 o Brasil enfrentou uma epidemia de dengue com 5.893 mortes, segundo levantamento da Folha com base no DataSUS. O Rio de Janeiro teve 21 mortes confirmadas e 111 mil registros de casos da doença, o maior em dez anos.

Os registros também indicaram que a quantidade de mortes por dengue no país em 2024 representou 47,5% de todos os óbitos desde 2014, que são 12.363. A soma não inclui o Espírito Santo, que tem uma contagem própria.

No recorte que considera a incidência de óbitos por 100 mil habitantes, as taxas mais expressivas em 2024 foram registradas no Distrito Federal (15,29 por 100 mil habitantes), Paraná (6,19), Goiás (5,41), Minas Gerais (5,24), São Paulo (4,27) e Santa Catarina (4,22).

Atualmente, o SUS (Sistema Único de Saúde) oferece a vacina Qdenga, desenvolvida pela farmacêutica Takeda, para crianças entre 10 e 14 anos. Essa faixa etária foi escolhida com base em recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde), devido ao maior risco de hospitalização.

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