O Peso da Influência: Criadores de Conteúdo Precisam Repensar Práticas na Internet

O debate sobre a responsabilidade dos influenciadores digitais em relação aos conteúdos e produtos que promovem ganhou novo fôlego após uma discussão no programa Domingão com Huck. Durante a atração, o apresentador Luciano Huck defendeu a importância da maturidade e da consciência sobre o impacto que falas e recomendações têm sobre milhões de seguidores. Em contrapartida, o influencer Carlinhos Maia afirmou que vídeos caseiros não devem ser levados a sério, argumentando que muitos criadores não têm embasamento para opinar.

Para Giovanni Begossi, conhecido como “El Professor da Oratória”, o debate escancara um tema crucial. “Existe uma hipocrisia clara, especialmente entre influenciadores que promovem apostas on-line. Eles terceirizam a responsabilidade com discursos como ‘joga quem quer’, mas sabem que estão lucrando às custas da vulnerabilidade de muitas pessoas”, afirmou o especialista.

Segundo Begossi, muitos criadores utilizam gatilhos mentais agressivos para convencer suas audiências, como simular ganhos em vídeos demonstração que, na realidade, são falsos. “É como matar uma mosca com um canhão. Essas práticas são desleais e exploram o desespero de quem busca uma solução rápida para problemas financeiros”, explica.

O contexto brasileiro agrava a situação. Crises econômicas, falta de educação financeira e o apelo de programas populares tornam o público mais suscetível a promessas fáceis. “A propaganda de apostas segue o mesmo caminho do glamour que cercava os comerciais de cigarro décadas atrás. Hoje é permitido, mas com o tempo veremos os efeitos devastadores dessa prática”, compara Begossi.

Ele destaca que a audiência precisa adotar um senso crítico maior para não cair em armadilhas. Entre as diretrizes sugeridas estão evitar decisões impulsivas, desconfiar de promessas de ganho fácil, verificar a credibilidade dos influenciadores, manter um pensamento crítico em relação a tendências e diversificar as fontes de informação.

“Os influenciadores têm um papel central na formação de opiniões, mas essa influência precisa ser tratada com responsabilidade. Caso contrário, não só suas audiências pagam o preço, mas também a credibilidade desses criadores”, conclui El Professor.

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