Cidade tem 4 chuvas de granizo em um mês e lavoura é prejudicada

Chuva de granizo no Rio Grande do SulReprodução/redes sociais

Produtores agrícolas do município de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, têm sofrido com as mudanças no clima desde o início do verão, em 21 de dezembro. O interior do município teve ao menos quatro chuvas com queda de granizo registrados nas localidades de Fazenda Souza, Terceira e Segunda léguas, Loreto e Cerro da Glória, causando perdas em produções de uva, ameixa, caqui e pêssego.

A chuva de gelo é considerada fora de época pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Smapa) — os registros geralmente acontecem na primavera.

Prejuízos

Agricultores locais relataram ao portal Zero Hora as perdas causadas pelas chuvas de gelo. Em uma chuva na última quinta (16) que não durou mais do que dez minutos, um agricultor local diz ter contabilizado a perda de cerca de 60 toneladas de cultivos, entre caqui, da variedade kyoto (chocolate) e ameixa (do tipo letícia).

Em outra propriedade, o granizo atingiu cerca de três hectares, de um total de 20, destinados à plantação de pêssego, ameixa, caqui, maçã e pera. O cultivo de ameixa foi menos impactado, porque o temporal aconteceu no final da colheita, segundo o produtor.

Por outro lado, o caqui ainda estava verde e seria colhido apenas em maio, e tiveram perda total.

Diferente da seca ou mesmo da geada, que causam impactos abrangentes aos cultivos, o granizo resulta em prejuízos localizados, segundo o assistente técnico regional da Área de Fruticultura do Escritório Regional da Emater de Caxias do Sul, Ênio Todeschini. De acordo com ele, ao Zero Hora, a chuva congelada mais significativa dos últimos 30 dias, caiu na véspera do Natal.

Granizo fora de época

Apesar de não haver uma comparação com anos anteriores, o engenheiro agrônomo da pasta, Thales Bordignon Milanesi, aponta para um crescimento na frequência de casos no verão.

De acordo com uma nota, o evento é mais comum no final do mês de setembro, em virtude das condições climáticas instáveis típicas do período de transição entre inverno e primavera.

“Esse fenômeno tem se estendido aos meses subsequentes, chegando a ocorrer até mesmo em meses de verão, e acaba coincidindo com os estágios mais avançados de desenvolvimento de frutíferas. Esta anomalia, muito provavelmente, advém das mudanças climáticas recentes que estão ocorrendo em nosso planeta”, destaca a nota do engenheiro agrônomo da Smapa, obtida pelo portal Zero Hora.

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