Feminicídios aumentam e Casa Abrigo é urgente em Criciúma

A criação de uma Casa Abrigo para mulheres em situação de violência doméstica volta a ser debatida em Criciúma, após anos de estagnação. Em 2024, 30% dos assassinatos registrados na cidade foram no contexto de violência doméstica, e o número de medidas protetivas concedidas alcançou 892 – um crescimento alto em comparação com 353 medidas em 2022.

Apesar desses números, Criciúma segue sem oferecer um espaço especializado para proteger mulheres que precisam se esconder dos agressores.

Atualmente, as vítimas são alojadas em hotéis, em um modelo muito criticado pela falta de segurança e estrutura. O local é conhecido na cidade, o que aumenta o risco de exposição, e o atendimento não é feito por profissionais especializados. Crianças, quando acompanhando suas mães, não contam com espaços lúdicos adequados. A precariedade dos espaços já foi algo de intervenção do Ministério Público, inclusive.

Mobilização regional pela Casa Abrigo

A vereadora Giovana Mondardo tomou a frente do debate e está articulando uma mobilização com outras vereadoras da região carbonífera para pressionar lideranças regionais a priorizarem a criação de um espaço seguro e estruturado. Em reunião com o prefeito Vaguinho Espíndola, a parlamentar apresentou dados alarmantes sobre violência doméstica em Criciúma, além de reforçar que a construção de uma Casa Abrigo não é um luxo, mas uma necessidade urgente.

Em 2023, mais de 3.200 mulheres foram vítimas de violência psicológica, física ou moral na cidade, segundo dados da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI) de Criciúma. A tendência de aumento também foi observada no número de mulheres abrigadas: 46 em 2024, contra 31 no ano anterior.

A prefeita de Içara, Dalvania Cardoso, chegou a oferecer um terreno para a construção de uma Casa Abrigo regional no ano passado, mas a proposta não avançou. Agora, com a retomada do debate, a expectativa é de que o tema ganhe mais força e que o Executivo de Criciúma adote medidas.

Peso da violência e a responsabilidade do poder público

O tenente-coronel Mário Luiz, comandante do 9º Batalhão da Polícia Militar, ressaltou que o combate à violência doméstica exige a atuação integrada de várias pastas do governo, e não apenas da segurança pública. Ou seja, o número crescente de feminicídios é um reflexo da ineficácia de políticas públicas que deveriam proteger mulheres em situação de vulnerabilidade.

A vereadora Giovana Mondardo ressaltou que o retorno do debate é um passo importante, mas que a cobrança da população e de lideranças regionais será fundamental para garantir que a Casa Abrigo saia do papel.

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