‘Acordo que negociei foi finalmente aprovado’, diz Biden sobre cessar-fogo

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DENYSE GODOY E RAFAELA POLO
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)

Joe Biden fez um discurso neste domingo (19), seu último dia de mandato como presidente dos Estados Unidos, para celebrar o cessar-fogo entre Israel e Hamas em Gaza — e destacar a importância de sua participação no feito. “Tivemos dias muito difíceis desde que o Hamas começou esta guerra terrível.

Muitos obstáculos e retrocessos, mas não desistimos”, disse o presidente.

Três reféns israelenses que haviam sido raptadas pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 foram libertadas depois de 470 dias nesta tarde, como parte da primeira fase da trégua.

Biden disse que ele começou a desenhar o acordo em maio e que “finalmente” está acontecendo. “O acordo que lancei em 31 de maio foi unanimemente aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU e coordenado por Egito, Catar e Israel. Trabalhei com política internacional por décadas e esta foi uma das mais complicadas negociações de que já participei”, disse.

O presidente reforçou quantos dias os reféns ficaram presos com o Hamas. “Estamos vendo três mulheres presas contra a sua vontade em túneis escuros por 470 dias sendo libertadas. Mais dois cidadãos americanos que são reféns deverão ser libertados nesta primeira fase [do acordo]”, disse Biden.

Ele afirma que agora rezará pela recuperação dos reféns e suas famílias. “Depois de tantas perdas, destruição e dor, hoje as armas em Gaza silenciaram”, disse.

A Faixa de Gaza começou a receber ajuda humanitária. Segundo o discurso de Biden, a região está recebendo “centenas de caminhões levando assistência para os civis que estão sofrendo desde que a guerra começou”.

“PROFUNDA TRANSFORMAÇÃO”

Para Biden, a campanha militar de Israel contra o Hamas, que contou com o firme apoio dos EUA, resultou em uma “profunda trasformação” na região. Em sua avaliação, o Oriente Médio agora tem um caminho mais promissor à frente.

O presidente americano ressaltou o enfraquecimento do Hezbollah e do Irã nesse processo. Segundo ele, o Hezbollah, que era um dos maiores apoiadores do Hamas, teve sua liderança destruída “no campo de batalha” devido a ações “muito bem-sucedidas de Israel” que foram apoiadas pelos EUA.

Muitos tiveram medo de que os EUA entrassem em uma guerra mais ampla na região por causa do apoio à ofensiva de Israel. Biden disse que ouviu as opiniões de pessoas próximas a ele que acreditavam nessa possibilidade, mas reforçou que o cessar-fogo só foi possível devido à estratégia utilizada.

Para Biden, o Irã também saiu enfraquecido. “Está na posição mais fraca em décadas, depois que as forças militares dos EUA ajudaram a defender Israel de seus mísseis”, disse.

Biden acredita que agora o Oriente Médio será mais “livre”. “No Líbano, existe uma oportunidade de um futuro livre do Hezbollah. Na Síria, de um futuro livre de Aassad. Para o povo palestino, um caminho crível para um Estado próprio. Para a região, a normalização com a integração de Israel com todos os seus vizinhos, inclusive a Arábia Saudita”, disse no discurso.

Biden acredita que cabe ao governo Donald Trump, que começa na segunda (20), continuar assegurando que o acordo entre Israel e Hamas avance. “Nossas equipes tiveram voz uníssona nos últimos dias. Mas o sucesso vai demandar persistência e suporte contínuo aos nossos amigos na região”, falou.

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