Daniela Mercury fala sobre polêmica “troca de nomes” de Claudia Leitte

Meus amores, estou indo encontrar minha amiga do Cosme Velho para tomarmos um belíssimo café da manhã no Forte de Copacabana, quando ouço o porteiro assistindo um vídeo da Daniela Mercury.

A cantora decidiu se manifestou sobre a grande polemica envolvendo a Claudia Leitte após a loira ter modificado a letra da música “Caranguejo”, substituindo a menção a Iemanjá pelo termo hebraico “Yeshua”, que significa Jesus. Essa alteração provocou reações negativas de seguidores de religiões afro-brasileiras e artistas do Axé Music, que consideraram o ato desrespeitoso, e acabou causando um rompimento entre as amigas Claudia Leitte e Ivete Sangalo.

“Eu não gosto de polêmicas ou de linchamentos públicos, nem de colocar ninguém nesse tribunal da internet, que discute as coisas com muita superficialidade”, começou Daniela sobre a repercussão da polêmica nas redes sociais. “É um assunto importante ter tolerância religiosa ou lutar pela tolerância religiosa num país democrático”, acrescentou a cantora.

“Acho que é importante que a sociedade discuta o que acha, o que pensa, com respeito, porque a gente tem liberdade de se expressar, mas é importante também pensar que isso é algo bastante delicado diante de toda uma história de exclusão, de invisibilidade, da invasão dos terreiros”, contextualizaou.

Daniela afirmou que continua sendo amiga de Claudia Leitte e também defendeu o direito da cantora de expressar suas escolhas, mas reforçou a distinção entre arte e religião.

“Eu sou amiga de Claudia, acho que cada um tem que responder por si, explicar porque ela sente a necessidade de fazer isso. Ela tem o direito de falar do jeito dela, como ela pensa. Eu tenho uma sensação muito clara de que quando a gente está em cima do palco a gente está fazendo arte, a gente não está levando nenhuma mensagem necessariamente religiosa, que os orixás fazem parte da nossa cultura, como a gente canta o hino do Senhor do Bonfim”, comentou.

A cantora explicou que a arte e a religião podem se cruzar, mas a cultura deve ser vista de forma abrangente.

“Arte não é religião, arte é arte. Quando a gente vai para cantar, a gente está cantando a cultura da nossa cidade. Infelizmente, nem todo mundo pode ter a tranquilidade de reforçar questões culturais que podem ser associadas à religião. Isso é uma questão delicada, subjetiva e pessoal também”, opinou.

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