Kennya Rodrigues Nézio: a psicóloga que luta contra o feminicídio no Brasil

O crescimento no número de feminicídios no estado de São Paulo é preocupante e serve como alerta para os responsáveis em políticas públicas a realização de ações para o enfrentamento da triste realidade. De janeiro a novembro de 2024, foram registrados 226 casos, mesmo sem os dados do último mês de dezembro, que ainda não foram publicados, já é o maior número de toda a série histórica, iniciada em 2015.

Com uma trajetória que une excelência acadêmica, compromisso social e gestão pública transformadora, Kennya Rodrigues Nézio se tornou um nome de referência nacional no combate à violência contra a mulher. Psicóloga e pesquisadora, ela construiu uma carreira voltada para a proteção das populações mais vulneráveis, aliando ciência e prática para promover mudanças significativas no Brasil.

Com doutorado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e mestrado pela Universidade Federal de São João del-Rei, sua trajetória acadêmica é marcada por pesquisas inovadoras que abordam desde saúde mental até as complexas interseções entre gênero, violência e direitos humanos.

“Meu compromisso sempre foi com as pessoas, especialmente com aquelas que mais precisam de suporte em momentos críticos. Acredito que a psicologia tem o poder de transformar vidas e ajudar a construir uma sociedade mais justa,” afirma Kennya.

À frente do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Kennya coordena programas que resgatam a dignidade e a esperança de centenas de mulheres. Além disso, sua atuação em políticas públicas foi essencial para a criação de estratégias intersetoriais que conectaram saúde, justiça e assistência social, oferecendo uma resposta integrada às vítimas de violência.

“A violência contra a mulher é um problema complexo que exige respostas múltiplas e coordenadas. Não basta acolher; é preciso garantir que essa mulher tenha acesso à justiça, segurança e autonomia para recomeçar,” explica a psicóloga.

A especialista aponta que a luta contra a violência de gênero no Brasil enfrenta desafios estruturais, como a falta de recursos para políticas públicas e a carência de profissionais capacitados. “Muitas mulheres desistem de buscar ajuda porque não encontram um sistema preparado para atender suas demandas. Isso é algo que precisamos mudar com urgência,” afirma.

Ainda assim, suas ações trouxeram avanços significativos. Suas pesquisas e programas inspiraram a criação de redes de apoio mais eficientes e a capacitação de profissionais para lidar com os aspectos emocionais, jurídicos e sociais da violência de gênero.

Ao longo de sua carreira, a psicóloga tem formado profissionais e gestores públicos comprometidos com a transformação social. Suas palestras e publicações são referências para profissionais que buscam alinhar ciência, prática e ética em suas atuações. “Não faço esse trabalho sozinha. Cada mulher que supera a violência, cada profissional que se capacita, cada política pública que evolui é resultado de um esforço coletivo. É assim que construímos mudanças reais e duradouras,” reflete Kennya.

Para Kennya, o futuro do combate à violência de gênero está na promoção da autonomia feminina e na construção de redes de apoio sólidas. “Quando as mulheres têm acesso à educação, trabalho e segurança, elas transformam suas famílias e comunidades. Essa é a base de uma sociedade mais justa e segura para todos.”

Com uma combinação única de empatia, expertise e ação, Kennya Rodrigues Nézio continua sendo uma inspiração no Brasil e no mundo. Sua trajetória é um exemplo de como o comprometimento com os direitos humanos pode transformar vidas e deixar um legado duradouro.

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