Vino Nobile di Montepulciano: nova menção “Pieve”

O Vino Nobile di Montepulciano é um dos mais celebrados tintos italianos, reverenciado por sua qualidade e história milenar. Produzido exclusivamente no município de Montepulciano, na província de Siena, na Toscana, ele tem suas raízes na época etrusca, quando a viticultura já era uma prática consolidada na região.

Foi uma das primeiras denominações italiana a receber o prestigiado DOCG (Denominação de Origem Controlada e Garantida) em 1980, um atestado de excelência que ressalta seu valor. Produzido principalmente com uvas Sangiovese, localmente chamadas de Prugnolo Gentile, esse vinho precisa conter, pelo menos, 70% dessa variedade no blend, com a adição de outras uvas autóctones permitidas pelo regulamento, como Canaiolo, Colorino e Mammolo. Essa combinação confere ao vinho seu caráter único: elegante, estruturado e com um extraordinário potencial de envelhecimento.

Com uma produção anual em torno de 7 milhões de garrafas, o Vino Nobile di Montepulciano, atualmente, é exportado para o mundo inteiro, representando uma das excelências vinícolas italianas. Entre os principais mercados consumidores estão Alemanha, Estados Unidos e Países Escandinavos, onde é especialmente apreciado por seu equilíbrio e versatilidade gastronômica.

A Nova Menção “Pieve”: um salto de qualidade

Em seu compromisso contínuo de valorizar o território e a qualidade de seus vinhos, o Consórcio do Vino Nobile di Montepulciano introduziu recentemente uma nova menção no regulamento: “Pieve”. Essa nova categoria foi apresentada oficialmente em Roma, durante um evento no qual tive a honra de participar a convite de Doctor Wine e do Consórcio.

Andrea Rossi, presidente do Consórcio, destacou que a criação da menção surgiu após uma análise qualitativa detalhada dos vinhos da denominação. As degustações evidenciaram a necessidade de distinguir as produções de excelência, criando uma categoria que representasse o melhor da região. A escolha do nome “Pieve” não é casual: refere-se às antigas paróquias que, na época época tardo-romana e longobarda, administravam os territórios locais.

Os requisitos da menção “Pieve”

Para obter a designação “Pieve”, os produtores devem cumprir rigorosos critérios:

• Composição das uvas
  Pelo menos 90% de Sangiovese, com no máximo 10% de outras variedades autóctones permitidas.
  
• Vinhedos
  As uvas devem ser originárias de vinhedos com pelo menos 15 anos de idade, localizados em uma das 12 Unidades Geográficas Adicionais (UGA) identificadas pelo Consórcio, como Cervognano, Valiano e Le Grazie.
  
• Rendimento e afinamento
  O rendimento máximo é de 7 toneladas por hectare, e o vinho deve passar por um afinamento de, no mínimo, três anos, sendo 12 meses em madeira e 12 meses em garrafa.

Além disso, uma comissão interna do Consórcio será responsável por avaliar se um vinho atende aos padrões necessários para obter a menção “Pieve”. Isso garante um controle qualitativo adicional, em benefício tanto dos produtores quanto dos consumidores.

Oportunidades para produtores e o mercado

A criação da menção “Pieve” não só destaca a qualidade, mas também cria novas oportunidades econômicas para os produtores. Estudos e observações preliminares indicam que os vinhos com essa designação poderão alcançar preços mais elevados no mercado internacional, posicionando-se no segmento premium. Os primeiros vinhos com a designação “Pieve”, referentes à safra de 2021, chegaram ao mercado no início deste ano, oferecendo aos consumidores um produto diferenciado e exclusivo.

Com essa nova categoria, o Consórcio reforça compromisso com a proteção e promoção do patrimônio vitivinícola de Montepulciano, garantindo aos consumidores de todo o mundo um produto autêntico, de qualidade e profundamente ligado ao território.