Do funk ao gospel: como funcionam os bastidores da indústria da música no Brasil


O Profissão Repórter desta terça-feira (22) acompanhou alguns dos artistas mais consagrados do país em diferentes gêneros musicais. Edição de 22/10/2024
O Profissão Repórter desta terça-feira (22) destacou a indústria musical brasileira. O programa acompanhou os bastidores dos shows e gravações de ídolos nos gêneros sertanejo, gospel e funk, que revelaram os desafios de suas carreiras. Saiba mais abaixo.
Gospel: entre a fé o sucesso
Eli Soares, um dos destaques do gospel brasileiro, fala sobre carreira
Na Expo Cristã, a reportagem acompanhou o mineiro Eli Soares, um dos destaques do gospel no Brasil. Há dois anos, ele ganhou o Grammy de Melhor Álbum de Música Cristã em Português.
“Comecei em uma igreja local. Lembro da cara do meu pai, quando eu disse: ‘pai, eu quero viver de música’. Ele disse: ‘não, meu filho. Procura um emprego, pelo amor de Deus. Toca só nos finais de semana, canta só a noite. Vai trabalhar para construir seu futuro'”, conta Eli.
O primeiro trabalho de Eli foi lançado há 12 anos. As redes sociais o ajudaram a se tornar um nome conhecido da música gospel. Hoje, ele se apresenta em igrejas e eventos, onde são cobradas as estradas.
“Geralmente nas igrejas a gente não tem um cachê. Mas faço uma média de 16 a 18 eventos e aí sim a gente cobra as entradas de R$ 120 a R$ 140″.
Os bastidores da apresentação de Aline Barros no Ginásio do Ibirapuera
O programa também registrou uma apresentação de Aline Barros no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Veja no vídeo acima. A cantora, que já coleciona oito Grammys Latinos e 33 álbuns lançados, tem 8 milhões de seguidores nas redes sociais.
“A vida dela começou com Jesus aos dois anos, quando eu me converti”, conta o pai de Aline Barros, Ronaldo Barros.
Gilmar dos Santos é esposo e empresário de Aline. Na década de 90, Gilmar jogou como zagueiro no São Paulo, Palmeiras e Botafogo. Depois dos gramados, se tornou pastor evangélico.
“A gente tenta aqui jogar nas 11 posições, mas eu confesso que é melhor jogar”, brinca.
Aline Barros e o esposa e empresário, Gilmar dos Santos
Reprodução/TV Globo
Funk: da periferia aos grandes festivais
MCs e profissionais do funk destacam a ascensão do gênero no Brasil
O Profissão Repórter também visitou a maior produtora de funk do Brasil, localizada na Zona Norte de São Paulo. São mais de 100 artistas contratados e uma produção de músicas em larga escala, com cerca de 40 lançamentos por semana.
“Fazemos uma média de 600 shows por semana. Tem shows sim, de R$ 10 mil, mas tem shows também de R$ 300 mil”, conta o CEO da produtora, Igor Carvalho.
A reportagem encontrou MC Davi em um dos 11 estúdios da produtora. Em 2023, suas músicas foram ouvidas 740 milhões de vezes em uma das maiores plataformas de música do mundo.
“Em 2014, eu tinha dois tênis. Hoje, são mais de 150 e relógios importantes. Dependendo lugar, tem um pessoal que já te olha com aquele preconceito: ouro, tatuagem na cara, funkeiro. Aí você chega no mesmo nível com os caras que já nasceu no berço, e mostra que tem que dar uma respeitada aqui também, que a gente não chegou roubando ninguém, foi só pela arte”, afirma.
O MC também reflete sobre a evolução o do funk.
“Eu estou no caminho há mais de 10 anos, então eu posso falar com propriedade que o funk evoluiu muito, tanto em profissionalismo quanto em musicalidade”.
MC Davi
Reprodução/TV Globo
No Rio, os principais MCs da produtora paulista marcaram presença no Rock In Rio 2024. Entre eles, MC Livinho, que foi ouvido 532 milhões de vezes em uma única plataforma em 2023.
“O funk se comunica desde as letras de amores, proibidão, superação e ostentação. Então, ele se comunica com todas as classes sociais”, destaca MC Livinho.
MC Livinho no Rock in Rio 2024
Reprodução/TV Globo
Sertanejo: caminhos e desafios
Jorge e Mateus revelam desafios na carreira: ‘tem que ter muita paciência’
Em Natal, a equipe acompanhou um show de Jorge & Mateus, uma das duplas mais importantes hoje do sertanejo. São quase 70 milhões de seguidores nas redes sociais e mais de 21 bilhões de visualizações nas plataformas de áudio e vídeo.
Eles relembram como a dupla surgiu:
“Foi lá em Itumbira (GO), eu com 13 anos e ele com 17. A gente se conheceu ali em uns festivais. De janeiro para maio de 2005, nós formamos a dupla. Gravamos já aquela coisinha informal ali na garagem da casa do Mateus. Naquela época, qualquer um fabricava o seu próprio disco”, conta Jorge.
“Eu fabricava o disco em casa”, completa Mateus.
Os cantores ainda falam sobre os desafios da profissão, muitas vezes escondidas pelo glamour dos palcos:
“Não tem segredo, não tem fórmula pronta. Tem que amar muito o que faz. Tem que ter muita paciência, porque às vezes as pessoas glamourizam muito a nossa profissão, mas às vezes elas não sabem o quanto é puxado a questão de viajar toda semana, de estar na estrada, de estar exposto, de ter a sua privacidade devassada em certas ocasiões”, ressalta Jorge.
Jorge e Mateus nos bastidores
Reprodução/TV Globo
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