Inelegível, Bolsonaro diz que será candidato da direita à presidência em 2026


Declaração foi dada ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ex-presidente foi condenado duas vezes pelo Tribunal Superior Eleitoral em junho e novembro de 2023. Com a decisão, ele se tornou inelegível por oito anos, até 2030. Coletiva de imprensa com Bolsonaro após almoço em apoio à reeleição do prefeito Ricardo Nunes em São Paulo
LECO VIANA/ESTADÃO CONTEÚDO
Mesmo inelegível, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta terça-feira (22) que será o candidato da direita à Presidência da República em 2026. A declaração foi feita ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em coletiva de imprensa após almoço com o prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Entretanto, Bolsonaro foi condenado duas vezes pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023 e se tornou inelegível (Leia mais abaixo). Na coletiva, o ex-presidente disse que sofreu perseguição.
Questionado sobre a próxima eleição presidencial, Bolsonaro respondeu que o candidato escolhido “é o Messias” — que é seu nome do meio. Ele ainda afirmou que “o pessoal tem saudade” dele e que é o “ex mais amado do Brasil”.
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“Quem é o substituto do Lula no Brasil na política? Não tem. De Bolsonaro? Tem um montão por aí. Eu colaborei formando lideranças, e estou muito feliz com isso. Só fiz um bom governo e o povo reconhece”, declarou.
O governador de São Paulo reiterou que o candidato da direita será Bolsonaro e não respondeu se planeja disputar o cargo. “Eu sou monotemático, meu foco agora é a eleição de domingo, 27”.
Nesta terça, Nunes fez a primeira aparição pública ao lado de Bolsonaro desde o início da corrida eleitoral. Apesar de apoiá-lo à reeleição, o ex-presidente não participou ativamente da campanha, mas indicou o seu vice na chapa, coronel Mello Araújo.
“O que tinha que ser feito da minha parte foi feito. Colaborei da maneira que pude colaborar. Temos aqui o Mello Araújo, indicado por mim, foi aceito por todos os partidos coligados”, explicou.
Condenações pelo TSE
Em junho de 2023, o TSE condenou o ex-presidente por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação nesta sexta-feira (30). Com a decisão, a Corte o declarou inelegível por oito anos, até 2030.
Bolsonaro foi condenado pela realização de uma reunião com embaixadores estrangeiros, no Palácio da Alvorada, na qual difamou sem provas o sistema eleitoral brasileiro. O encontro, ocorrido em julho de 2022, foi transmitido pela TV oficial do governo.
Na reunião — realizada às vésperas do início do período eleitoral — o ex-presidente fez ataques às urnas e ao sistema eleitoral, repetindo alegações já desmentidas de fraudes.
Em novembro, Bolsonaro e seu candidato a vice, Braga Netto, ainda foram condenados por abuso de poder político, uso indevido dos meios de comunicação e conduta vedada a autoridades nas eleições.
A Corte Eleitoral viu irregularidades na conduta dos dois nos eventos do Bicentenário da Independência, em setembro de 2022. Para os ministros, houve uso eleitoral das cerimônias públicas, no Rio e em Brasília.
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