Jus Sanguinis: Uma taxa injusta e discriminatória de 600 euros para descendentes de italianos

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Por Renata Bueno*

Na última sexta-feira, 20, o Parlamento italiano aprovou uma alteração à lei orçamentária que estabelece uma taxa de 600 euros por pessoa para solicitar a cidadania italiana pelo jus sanguinis.

Essa decisão impactará profundamente muitos descendentes de italianos, especialmente milhares de brasileiros que sonham em ter seu direito de cidadania reconhecido.

Desde o início, lutei intensamente para evitar a implementação dessa taxa.

Acredito firmemente que o reconhecimento da cidadania italiana não pode depender da condição econômica de uma pessoa, mas deve permanecer acessível a todos que têm esse direito.

Essa medida penaliza, de forma desproporcional, os descendentes que vivem em países com renda média significativamente inferior à da Itália, transformando um direito legítimo em um privilégio restrito a poucos.

Não podemos esquecer que o reconhecimento da cidadania italiana vai muito além do benefício individual. É uma oportunidade de fortalecer laços culturais e trazer benefícios também para a própria Itália, incentivando o retorno de descendentes que podem contribuir para o mercado de trabalho e a economia do país. Infelizmente, com uma taxa tão elevada, corremos o risco de excluir muitas pessoas, frustrando o propósito original de atrair jovens e talentos para a Itália.

Quero reforçar a todos os descendentes de italianos que não vou desistir. Meu compromisso é continuar buscando soluções e pressionando para que esse direito seja respeitado. Essa taxa levanta não apenas questões de justiça, mas também de aplicabilidade prática, especialmente em países como o Brasil, onde milhares de famílias dependem do jus sanguinis.

Não descansarei até encontrar uma alternativa mais justa e equilibrada para todos. Esse é o meu compromisso com vocês e com a luta por uma cidadania italiana que seja acessível e respeitosa com todos os descendentes.

Renata Bueno é uma parlamentar ítalo-brasileira nascida em 1979 em Brasília, DF, Brasil. Conhecida por seu envolvimento na política e na defesa dos direitos dos descendentes de italianos no Brasil. Renata Bueno foi eleita deputada federal em 2010, sendo a primeira mulher eleita pelo Partido Socialista Italiano (PSI) fora da Itália. Sua atuação política tem sido focada em temas relacionados à cidadania italiana, imigração, e fortalecimento dos laços entre Brasil e Itália. Ela é presidente da Associação pela Cidadania Italiana no Brasil e tem trabalhado para facilitar o processo de reconhecimento da cidadania italiana para descendentes de italianos no país. Além de parlamentar, Renata é advogada e empresária, com o Instituto Cidadania Italiana e Mozzarellart.
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