Mediana das previsões para o IPCA de 2024 cai de 4,64% para 4,63% no Focus do BC

A mediana das previsões dos economistas do mercado financeiro no relatório Focus do Banco Central para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 interrompeu uma sequência de sete semanas de alta e diminuiu na margem, de 4,64% para 4,63%. Ela está acima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, a projeção era de 4,55%. Considerando apenas as 112 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana passou de 4,67% para 4,64%.

A mediana para a inflação de 2025 passou de 4,12% para 4,34%, mais próxima do teto, de 4,50%, do que do centro da meta, de 3%. A partir do ano que vem, a meta será contínua, apurada com base no IPCA acumulado em 12 meses. Se ele ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o BC terá descumprido o alvo.

Considerando as 111 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para o IPCA de 2025 passou de 4,21% para 4,49%, quase o teto da meta.

A mediana para a inflação de 2026 passou de 3,70% para 3,78%, distanciando-se do centro da meta pela terceira semana seguida. A projeção para 2027 interrompeu uma sequência de 72 semanas e elevou na margem de 3,50% para 3,51%.

O Comitê de Política Monetária (Copom) considera o segundo trimestre de 2026 como horizonte relevante da política monetária O colegiado espera um IPCA de 3,60% nos quatro trimestres fechados nesse período, no cenário com a taxa Selic do Focus e dólar começando em R$ 5,75 e evoluindo conforme a paridade do poder de compra (PPC).

Também no cenário de referência, o Banco Central espera que o IPCA termine 2024 em 4,60% e desacelere a 3,90% em 2025.

PIB

A mediana das estimativas dos economistas do mercado financeiro no relatório Focus do Banco Central para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024 passou de 3,10% para 3,17%. Um mês antes, estava em 3,08%. Considerando apenas as 79 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, ela passou de 3,10% para 3,20%.

A estimativa intermediária para 2025 passou de 1,94% para 1,95%. Um mês atrás, estava em 1,93%. Levando em conta apenas as 76 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana passou de 1,98% para 1,94%.

Os economistas do mercado não alteraram as projeções de crescimento da economia em 2026 e 2027. Ambas permaneceram em 2,0%, como já estão há 68 e 70 semanas, respectivamente.

Selic

A mediana das projeções dos economistas do mercado financeiro no relatório Focus do Banco Central para a taxa Selic no fim de 2024 continuou em 11,75%, pela oitava semana seguida. Esse movimento consolida a avaliação do mercado de que o Copom aumentará os juros em 0,5 ponto porcentual na última reunião deste ano, no dia 11 de dezembro.

Considerando apenas as 97 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa intermediária para a Selic também se manteve em 11,75%. O Copom aumentou a taxa básica de juros em 0,5 ponto porcentual, de 10,75% para 11,25%, no último dia 6 de novembro.

A mediana para a Selic no fim de 2025 passou de 12,00% para 12,25%, refletindo a expectativa de que o Banco Central terá pouco espaço para cortar juros ao longo do ano que vem.

Os dirigentes da autarquia têm mencionado a preocupação com a desancoragem das expectativas, em meio à atividade econômica forte. Considerando apenas as 97 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para a taxa Selic no fim de 2025 oscilou de 12,25% para 12,50%.

A estimativa intermediária para a Selic no fim de 2026 se manteve em 10,00%, ante 9,50% há um mês. A mediana para os juros no fim de 2027 passou de 9,25% para 9,50%, de 9,00% quatro semanas atrás.

Câmbio

A mediana das expectativas dos economistas do mercado financeiro no relatório Focus do Banco Central para a cotação do dólar no fim de 2024 passou de R$ 5,60 para R$ 5,70. Um mês antes, era de R$ 5,45.

Para o fim de 2025, a estimativa passou de R$ 5,50 para R$ 5,55; e para 2026, de R$ 5,47 para R$ 5,50; enquanto para 2027, a moeda foi de R$ 5,45 para R$ 5,50.

No início deste mês, a moeda norte-americana escalou até R$ 5,8694, o segundo maior nível nominal da história, em meio ao mal-estar causado pelo anúncio da viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à Europa, enquanto o governo não apresenta formalmente seu pacote de corte de gastos.

O ministro já sinalizou várias datas para apresentação da proposta, que não se concretizaram, mas agora diz que o anúncio deve ocorrer até a terça, 26.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

Estadão conteúdo

Adicionar aos favoritos o Link permanente.