A 13ª edição da Paralelo 16° – Mostra de Dança Contemporânea está em cartaz na CAIXA Cultural Brasília até este domingo (15), reunindo algumas das produções mais relevantes do gênero no Centro-Oeste. Com curadoria de João Paulo Gross e direção artística de Vera Bicalho, o evento destaca obras que tratam o corpo como território de memória, resistência, diversidade e reinvenção.
Nesta edição, os espetáculos abordam temas urgentes e contemporâneos. “A ancestralidade, a urgência ecológica, a pluralidade do feminino. Isso é o que vivemos hoje. Transformar essas questões em espetáculo e levá-las ao público com criticidade é uma das responsabilidades do festival”, afirma Vera Bicalho, idealizadora da mostra e diretora da Quasar Cia. de Dança.
Com foco na multiplicidade de vozes e estéticas, a curadoria não impôs um tema central. “A costura curatorial foi feita com escuta e atenção aos modos como cada criação propõe uma experiência sensível, política e estética. Assim, a mostra se constrói como um mosaico de vozes que se tocam sem se sobrepor”, explica João Paulo Gross, também diretor do grupo Ateliê do Gesto.


Entre os destaques da programação está o espetáculo internacional “die einen, die anderen”, fruto da cooperação entre a brasileira Cia. Giradança e a companhia alemã Toula Limnaios. A obra propõe uma reflexão sobre o corpo como espaço social e político.
Outra atração é “Em Suas Marcas”, da Cia Afrocontemporânea Corpus Entre Mundos, que utiliza o corpo como metáfora de resistência e ancestralidade, mesclando técnicas da dança africana e contemporânea.
A mostra também inclui o solo “A Escultura”, protagonizado por Yara de Cunto, bailarina de 86 anos e com deficiência visual. Em cena, ela revisita memórias de sua trajetória artística e desafia visões convencionais sobre envelhecimento e criação.
Fechando a programação, a Quasar Cia. de Dança apresenta “Menos da Metade”, coreografia que lança um olhar poético e crítico sobre a degradação do bioma Cerrado. “Os corpos em cena mostram a vegetação nascendo após a chuva, a seca que vem e o pó que sobe. E os corpos ressurgindo no meio daquela poeira, em cenas que também trazem humor”, descreve Vera.
Com uma abordagem interdisciplinar, a mostra reúne teatro, artes visuais e música, reafirmando a dança como ferramenta de ativismo. “Essa troca entre linguagens não dilui a dança — pelo contrário, a fortalece, permitindo que dialogue com questões sociais urgentes e diferentes formas de sensibilidade”, destaca João Paulo.
Além dos espetáculos, a mostra oferece uma oficina gratuita de dança afrocontemporânea no dia 17 de junho, com os coreógrafos Dilo Paulo e Lenna Siqueira, da Cia Corpus Entre Mundos. A atividade é aberta a todos os níveis de experiência e propõe um mergulho nas raízes africanas por meio da técnica e da expressão corporal.


Programação
13 de junho (sexta), às 20h
– A Escultura – com Yara de Cunto e Giselle Rodrigues
Classificação: 14 anos
14 de junho (sábado), às 20h
– Graça – Ballet de Londrina, coreografia de Morena Nascimento
Classificação: 14 anos
15 de junho (domingo), às 19h
– Menos da Metade – Quasar Cia. de Dança
Classificação: Livre
Paralelo 16° – Mostra de Dança Contemporânea
Onde: CAIXA Cultural Brasília – Teatro da CAIXA
Quando: Até 15 de junho
Ingressos: R$ 30 (inteira) | R$ 15 (meia para clientes CAIXA e casos previstos em lei)
🎫 Vendas:
– Bilheteria online: a partir de 7 de junho, às 13h, pelo site
Bilheteria física: Terça a sexta e domingo, das 13h às 21h | Sábados, das 9h às 21h
Oficina Gratuita: Mergulho nas Raízes e na Transformação Corporal
Quando: 17 de junho (terça), das 19h às 21h
Onde: Teatro da CAIXA
Ministrantes: Dilo Paulo e Lenna Siqueira
Vagas: 25
Inscrições gratuitas: De 2 a 10 de junho via formulário online
Resultado: 13 de junho
Recomendado para maiores de 16 anos – não exige experiência prévia.