Na tarde dessa terça-feira, 13/5, o corregedor do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), desembargador Mário-Zam Belmiro Rosa, recebeu a visita de representantes da Secretaria da Infância dos Estados Unidos, responsáveis por assuntos relativos à adoção internacional com o Brasil, e membros do Consulado dos Estados Unidos no Rio de Janeiro. A juíza auxiliar da Corregedoria Monize Marques também acompanhou a reunião.
A comitiva foi recepcionada pela secretária da Comissão Distrital Judiciária de Adoção (CDJA), Marisa Maria Muniz, e sua equipe, que compartilhou com os visitantes como é feito o trabalho no DF. A chefe da Filial do Pacífico, da Divisão de Adoções Bilaterais dos EUA, Bridget Binder, afirmou que seu país está muito feliz em estreitar a relação com Brasil. “O Brasil é o segundo país que mais faz processos de adoção internacional com Estados Unidos em toda a América Latina. O primeiro é a Colômbia. Estamos muito felizes com o governo brasileiro por confiar nas adoções que são feitas aqui, para dar lares nas famílias americanas, que moram nos Estados Unidos”, declarou.
Entre as experiências compartilhadas, Abby Konyndyk, da Agência de Supervisão de Adoção do EUA, comentou que, tal como no Brasil, a adoção nacional é feita pela Vara da Infância e da Juventude (VIJ), nos Estados Unidos, é conduzida pelos Juizados de Menores, cumprindo a legislação dos dois estados envolvidos, se for caso.
A secretária Marisa Muniz reforçou que, entre as atuações da Comissão, está o acompanhamento direto nos estágios de convivência e no pós-adotivo. Esse estágio de convivência, por exemplo, leva de 30 dias, no mínimo, a 45 dias, no máximo. “A CDJA existe há 25 anos. Nesse período, foram concretizados 57 processos de adoções internacionais, sendo sete para os EUA. Não há relato de nenhum caso de maus-tratos ou danos a nenhuma das crianças adotadas”, relata Marisa.
O corregedor, por sua vez, destacou ser favorável à Comissão, mas ressaltou sua preocupação ao acompanhamento das crianças e adolescentes após o processo adotivo, devido à distância entre os países. “É algo bom, mas de grande responsabilidade, porque é preciso um tratamento especial para a adoção internacional. Penso que é muito bom para a criança ser adotada quer por casais de pessoas brasileiras ou no exterior. Mas quando fica longe, eu tenho uma certa preocupação. No entanto, como a secretária da CDJA nos esclareceu, é feito um acompanhamento e nós estamos atentos a isso”.
Por fim, a supervisora de imigração do consulado americano no Rio de Janeiro, Clarissa Oliveira, comentou que a comitiva teve uma reunião com as agências de adoção americanas que trabalham no Brasil e se surpreendeu com os elogios ao processo brasileiro. “Muitas vezes, as reuniões com essas agências são repletas de problemas e reclamações, mas eles ficaram muito satisfeitos, porque as agências daqui só falaram bem do processo de adoção com o Brasil, muito satisfeitas com a integração e afirmaram que as famílias estavam felizes. Por isso, elas queriam agradecer e cumprimentar pelo trabalho feito”.
CDJA 25 anos
A CDJA foi criada em 1999 para aumentar as possibilidades de convivência familiar e comunitária de crianças e adolescentes por meio da adoção internacional. Ela permite que aqueles que não encontram uma família que deseje acolhê-los no Brasil tenham uma nova oportunidade de conseguir um lar.
A comissão também trabalha pela efetividade dos acolhimentos de meninos e meninas por famílias não residentes no Brasil. Além disso, faz a preparação das crianças e adolescentes para a adoção internacional e uma espécie de aclimatação cultural, com informações da cultura e costumes do país de destino, além de aulas de idiomas possibilitadas por meio de parcerias.
A CDJA também atua, ao longo de todo processo de adoção, em parceria com os organismos internacionais habilitados para o trabalho com adoção no Brasil, responsáveis pela preparação da família estrangeira após a habilitação. Concluído o processo de adoção, a comissão segue em acompanhamento pós-adotivo por meio dos relatórios técnicos enviados pelos organismos credenciados.