ABADE & PAPA PREVOST

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Por Gustavo Mariani*

Pesquisas destruídas dão conta de que à mesma época em que chineses e japoneses jogavam o futebol inicial primitivo, os nativos também rolavam a bola em vários pontos da América précolombiana. Um dos que contaram isso foi o abade Prévost, segundo o qual era muito antigo entre os astecas a prática de um jogo chamado por “tlatchtli”.

Abade Prevost! Mesma cadeia genética do papa Robert Francis Prevost? Desportivamente, o novo líder da igreja católica é torcedor de um tempo de base nos Estados Unidos, o White Sox, de Chicago, que não vence um torneio da World Series desde 2005 – vai precisar de orações papais para melhorar. Ele gosta de jogar tênis e, em 2023, quando concedeu entrevista ao jornal italiano da Ordem Agostiniana, mostrou-se perfeitamente integrado às suas funções de Prefeito do Dicastério dos Bispos e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina. Só tinha um choro: “Não encontrar tempo para jogar tênis”, cobrou.

Se o abade Prevost noticiou sobre os inícios do “balípodo”, então se ouviu manifestações do novo papa sobre o futebol partindo de jornalistas da cidade de Chiclayo, que teve por bispo durante oito temporadas e a deu cidadania peruana. Segundo aqueles, o homem gostava de ver uma bola rolando e torcia pelo Alianza Lima – futebol, por sinal, era o esporte predileto de seu antecessor, amigo próximo e, assim como ele, o progressista (argentino) Francisco, torcedor e associado do clube San Lorenzo.

O abade, isto é, Antoine François Prévost , viveu de 1697 a 1763 e, coincidentemente com o Prevost eleito papa neste 8 de maio de 2025, também foi um beneditino, ramos dos mais antigos da Igreja Católica, inspirado na vida e nos escritos de Santo Agostinho, “o doutor” do catolicismo, que buscava profundidade no compromisso social, o que o norte-americano fez questão de anunciar ao mundo tão logo foi aprestando a 1,4 milhão de católicos como seu novo líder, querendo ser “a ponte entre Deus e os homens”.

Se o sangue do francês Prevost foi o mesmo que chegou às veias do novo papa, ainda não se falou. Mas se sabe que o Antoine, depois de ter sido expulso de sua ordem religiosa, por ser muito tropeçado a escândalos amorosos que o fez pular a janela da casa de maridos enciumados, “pingou muito no terreiro de britânicos descaradinhas”, quando fugiu para a Inglaterra, país que colonizou os Estados Unidos, onde nasceu, com ascendência francesa, o pai do novo papai.

Uma outra coincidência, além do sobrenome, entre o Prevost francês e o norte-americano é que nasceram cercados por veias literárias. Antoine ficou famoso, em 1739, quando escreveu Manon Lescault, adaptado por patrício Jules Massenet e transformado em ópera pelo italiano Giacomo Puccini que, por ali, conheceu o seu primeiro sucesso internacional, em cima de uma mulher espiritualmente perturbadora, temível e charmosa, enfim, um hino à canalhice feminina – do jeito que o diabo gosta (o autor gostava).

De sua parte, ao novo papa, (ao contrário do abade é muito bem comportado) lhe foi atribuída a publicação de livro sobre probabilidades comprovadas por dois filósofos sobre a existência de Deus. Mas o autor Robert Prevost disso não é o Robert Francis Prevost, mas um parente homônimo, também, norte-americano e que, embora registrado por Rober Ward Prevost, assinava os seus livros só por Robert Prevost. Muitas coincidências – coincidências à parte, Deus e o diabo se encontraram nas letras da linhagem Prevost. Conferir? 

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