Uma definição foi dada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), logo ao chegar à reunião desta terça-feira, 6, do grupo empresarial Lide: a hora é de formação de um arco de centro-direita para vencer as eleições do ano que vem. Essa foi também a postura do conferencista, o presidente do PP, Ciro Nogueira, que se identificou com a candidatura da vice-governadora Celina Leão ao Buriti.
Celina chegou atrasada, mas foi a personagem central da reunião. O dono da casa, o empresário e ex-senador Paulo Octávio se associou à tese e avisou que seu partido, o PSD, pode até ter cargos no governo Lula, mas fará parte desse arco político, tanto a nível nacional quando no Distrito Federal.
Nem com 50 ministérios
O senador Ciro Nogueira manifestou sua convicção de que Celina se elegerá governadora do Distrito Federal, mas preferiu criticar o governo Lula.
Afirmou que “o Lula que vemos hoje é um homem que só olha para trás, ressentido”. Disse também que o presidente tornou-se um homem isolado, que não foi capaz de enfrentar o atual momento político e econômico.
Hoje, além de presidente nacional do PP é co-presidente de uma aliança de seu partido com o União Brasil, hoje numericamente a maior força política do Congresso. Ciro admitiu que há representantes dessa frente no governo, mas não a integrará.
“Podem oferecer 50 ministérios que não estaremos no palanque com Lula e o PT”, garantiu. “No momento, o que estamos fazendo é apenas colaborar com a governabilidade, pois não podemos trocar o presidente agora”.
Só uma vez na vida
Ibaneis foi dos que mais criticaram o Planalto “Eu não tenho medo de falar, porque nascer e morrer e votar no PT, como diz o velho Mão Santa, só se faz uma vez. Eu espero que os empresários tenham esse entendimento também, de que esse tipo de política tem feito muito mal ao país. Todas as vezes que eles assumiram, eles fizeram muito mal ao País. Eles não tem projeto, eles não tem articulação, não gostam de empresários, a grande maioria nunca assinou uma carteira de trabalho, e nós temos que mudar essa vida política desse país, que já não aguenta mais tanto sofrimento. E aí quem mais sofre são aqueles que mais precisam. Essa é a verdadeira política que tem que ser feita com responsabilidade na carga tributária, coisa que nós fizemos aqui, eu e Celina, no Distrito Federal, aumentando a base da arrecadação. Está aqui o Ney (Ferraz) para comprovar isso, nós tivemos agora no primeiro trimestre, 12% de aumento da nossa arrecadação, sem aumentar um tributo no Distrito Federal. E essa é a política que nós usamos para o Brasil, e eu tenho certeza de que a partir da criação dessa federação, Ciro e Rueda vão estar à frente dessa discussão que é mais do que essencial para o Brasil”.
No rumo certo
O governador acrescentou que “nós estamos com tudo para colocar esse país de novo no rumo certo, mas nós precisamos da união, como disse o Paulo Octávio, de toda a classe empresarial, porque essa classe empresarial é quem tem que ter os seus representantes no Congresso, é quem tem que ter os seus representantes no governo, para que a gente consiga realmente exercer a política com P maiúsculo, não essa política rasteira, de perseguição, de vaias, de xingamentos”