Neste sábado (3), acontece a 12ª edição da Feira Rabiscão, no Espaço Cultural Renato Russo. O evento segue até domingo (4), das 11h às 19h. No local, são vendidos prints, camisetas, adesivos, bottons e outros produtos autorais.
Gratuita e aberta ao público, a iniciativa promove a difusão da arte gráfica autoral e cria um espaço de comercialização direta. A artista Yasmin Hassegawa, participante desde as primeiras edições do encontro, leva ilustrações em quadros, ecobags, ímãs, bottons e adesivos, e reforça a importância do evento: “Eu sempre fico muito feliz de estar no Rabiscão, porque é uma comunidade de ilustradores, de artistas, de quadrinistas que pode mostrar trabalho para o público e ter reconhecimento”.
Nesta edição, a programação inclui a tradicional mesa coletiva de desenho aberta ao público, uma dinâmica com o ilustrador Diego Moscardini e a atividade interativa Stamp Rall – em que os participantes adquirem caderninhos especiais e completam suas páginas com adesivos e carimbos de diversos artistas –, além de um espaço gastronômico.
Responsável pela ilustração desta edição, o artista Caio Gomez celebrou a continuidade do projeto iniciado em 2019, que vem atraindo novos públicos e criadores. “Eu que sou veterano fico feliz de ver a pessoa começando empolgada e lembrar como foi o começo de tudo”, descreve. Para a arte deste ano, ele criou personagens como lápis, pincel, bloco de anotações e spray, todos de mãos dadas, para representar o que o evento significa para ele: “O de desenhar junto”.
Ilustração colaborativa
O Rabiscão nasceu como uma iniciativa espontânea de ilustradores que buscavam sair do isolamento dos ateliês e compartilhar o processo criativo em encontros presenciais. Desde então, o projeto se consolidou como referência na cena da ilustração independente e colaborativa, integrando a programação de diferentes espaços culturais do DF.
“O Rabiscão surgiu de um encontro informal de ilustradores que se reuniam para desenhar em bares e restaurantes e trocar ideias. Depois a gente achou que precisava criar uma maneira das pessoas também venderem seus trabalhos, exporem para o resto das pessoas que não são ilustradores”, explica a organizadora Vanessa Navarro.
Na curadoria, todos os trabalhos expostos têm algum elemento ilustrativo. “Pode ser uma cerâmica, uma fotografia, texto, mas sempre com um elemento autoral de ilustração”, acrescenta a também organizadora Janaina Coe. Para ambas, estimular eventos como esse é uma forma de dar voz aos artistas da capital e de outras cidades. “As pessoas querem viver da sua arte, mas viver com dignidade e ter como trabalhar”, complementa Vanessa.
Na visão da editora Paula Dias, 30 anos, que visitou o evento pela primeira vez, a reunião de artistas de diferentes áreas garante diversidade cultural. “Estava achando que ia ser só zine print, mas está tendo muita coisa diferente, há várias técnicas e formatos. Fiquei bastante animada”, descreve. Como editora, ela também vê nas ilustrações um ponto de interesse constante. “Gosto de estar sempre de olho nas novidades”, acrescenta.
Com informações da Agência Brasília