Dia Mundial da Síndrome de Down: entenda a importância da estimulação precoce para pacientes

unnamed (1)

Hoje, 21 de março, é celebrado o Dia Mundial da Síndrome de Down, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para reforçar a importância da inclusão, do acesso a tratamentos especializados e da conscientização sobre a condição. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a incidência da trissomia do cromossomo 21 ocorre em aproximadamente 1 a cada 1.000 nascidos vivos no mundo. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que cerca de 300 mil pessoas tenham a síndrome.

A Síndrome de Down é uma alteração genética provocada pela presença de um cromossomo extra no par 21, o que afeta aspectos físicos, motores e cognitivos do desenvolvimento. Em muitos casos, o diagnóstico ocorre ainda na gestação, por meio de exames como ultrassonografia morfológica e cariótipo fetal. Contudo, em algumas situações, os pais só recebem o diagnóstico após o nascimento, o que pode gerar dúvidas e insegurança em relação aos cuidados necessários.

Nesse momento, a informação e o acolhimento são essenciais para apoiar as famílias, mostrando que a criança tem potencial para um desenvolvimento pleno, podendo estudar, socializar e alcançar autonomia. “A estimulação adequada e o acesso a terapias especializadas são fundamentais para garantir que a criança se desenvolva com qualidade de vida. Quanto mais cedo o acompanhamento iniciar, maiores serão os benefícios a longo prazo”, afirma Juliana Gomes, fonoaudióloga especializada em transtornos de linguagem e CEO da Clínica Life.

A importância da estimulação precoce

A estimulação precoce tem um papel essencial no desenvolvimento motor, cognitivo e emocional da criança com Síndrome de Down. Ela engloba uma série de terapias que auxiliam no fortalecimento muscular, na aquisição da linguagem, na coordenação motora e na autonomia nas atividades diárias.

A fonoaudióloga Juliana Gomes destaca que muitas crianças com a condição apresentam hipotonia muscular, uma flacidez que afeta a mastigação, a deglutição e a fala. “O trabalho fonoaudiológico é fundamental para fortalecer os músculos da face, facilitando a comunicação e a alimentação da criança. Além disso, a terapia auxilia na melhor articulação das palavras contribuindo para aquisição de fala e linguagem”, explica.

Além dos exercícios, outra estratégia utilizada para potencializar a comunicação da criança é a Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA), que pode incluir o uso de gestos, figuras, pranchas de comunicação e aplicativos específicos. “A comunicação alternativa facilita a interação da criança com os pais e com o mundo ao seu redor, permitindo que ela expresse vontades, sentimentos e necessidades antes mesmo de desenvolver a fala”, ressalta Juliana, que também é especialista no assunto.

A terapia ocupacional também é essencial na conquista da autonomia nas atividades diárias, como segurar um copo, usar talheres e brincar de forma independente. “Nos primeiros anos de vida, essas habilidades são estimuladas para que a criança desenvolva maior independência e participação na sociedade”, acrescenta Juliana. A especialista reforça que outras áreas da saúde podem ser fundamentais no acompanhamento, como fisioterapia, para fortalecimento muscular global, e psicologia, para favorecer a adaptação e o desenvolvimento socioemocional.

Juliana destaca que o momento ideal para iniciar as terapias é o mais cedo possível, garantindo que a criança tenha suporte desde os primeiros meses de vida. “O mais importante é que os pais busquem informação e apoio especializado assim que o diagnóstico for confirmado. Quanto antes começarmos a estimulação, mais impacto positivo teremos no desenvolvimento da criança”, orienta.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.