Tarcísio pede em formatura que PMs não se afastem dos procedimentos da corporação

PAULO EDUARDO DIAS
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse a policiais militares nesta sexta-feira (13) não se afastarem dos procedimentos adotados pela corporação. A fala ocorreu durante a formatura de oficiais na academia do Barro Branco, da Polícia Militar, na zona norte de São Paulo.

“Há procedimento para tudo. E a gente não pode se afastar dos procedimentos. A gente não pode se afastar daquilo que é ensinado. E a responsabilidade é grande. Porque vocês têm que estar próximos dos subordinados”, declarou.

Antes, Tarcísio havia dito que a hierarquia e a disciplina são valores inalienáveis e que não se pode transigir com a disciplina.

A cerimônia contou com a presença do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, e do comandante-geral da PM, coronel Cássio Araújo de Freitas.

A fala do governador ocorre em um momento de turbulência na segurança pública paulista, com diversas denúncias de violência policial, com casos de mortes e agressões sendo filmadas por câmeras corporais, câmeras de monitoramento ou por testemunhas.

Em 6 pontos, como a gestão Tarcísio pode ter influenciado aumento da violência policial.

Ao menos dois PMs foram presos em um intervalo de uma semana. Um deles, que estava de folga, por matar um homem com 11 tiros pelas costas. E um outro por jogar um homem em um córrego. Ambos os casos ocorreram na zona sul e a poucos quilômetros de distância um do outro.

Na mesma esteira policiais militares foram afastados por agredir uma idosa e por envolvimento na ocorrência que resultou no homem lançado no rio.

Há três semanas o estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, 22, foi morto por um PM dentro de um hotel na Vila Mariana, zona sul da capital.

Ninguém foi preso pelo homicídio do jovem, que estava no 5º ano de medicina e sonhava em ser pediatra.

O pai, o médico Julio Cesar Acosta Navarro, 59, afirmou ver uma espécie de cumplicidade e proteção aos policiais militares envolvidos no caso.

Autor do tiro, o soldado Guilherme Augusto Macedo foi indiciado sob suspeita de homicídio doloso (com intenção) horas depois da morte, em meio a uma sequência de críticas por parte de familiares do jovem.

Mesmo com o indiciamento relâmpago, a investigação segue arrastada. Por exemplo, o documento do indiciamento do PM ainda não foi encaminhado para a Justiça Militar. Na Polícia Civil, o caso já está com o terceiro delegado diferente.

Em outra ocorrência, um PM agrediu uma mulher com um soco no rosto em uma rua em Campinas, interior de São Paulo. Ela desmaiou devido à agressão, mostra um vídeo.

O caso aconteceu no dia 21 de outubro, mas só foi revelado nesta segunda (9), após as imagens viralizarem nas redes sociais. A Secretaria da Segurança Pública afirmou que três agentes foram identificados e afastados.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.