Casa Branca critica Igreja Episcopal por negar-se a reassentar sul-africanos brancos

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A Casa Branca atacou nesta terça-feira (13) a influente Igreja Episcopal após esta se recusar a participar da acolhida de um grupo de sul-africanos brancos aos quais o governo do presidente Donald Trump concedeu status de refugiados.

Desde que retornou ao poder em janeiro, Trump não apenas prometeu uma expulsão em massa de imigrantes em situação irregular, como também restringiu quase totalmente a chegada de solicitantes de asilo.

Com os africâneres, descendentes de colonizadores europeus, ele fez uma exceção ao considerar que estão sofrendo um “genocídio”, apesar de a África do Sul insistir que eles não são alvo de nenhum tipo de perseguição.

Na segunda-feira, cerca de 50 sul-africanos brancos chegaram aos Estados Unidos para serem reassentados, mas a Igreja Episcopal declarou que prefere encerrar seu programa de reassentamento de refugiados com o governo a participar dessa acolhida.

A decisão da Igreja Episcopal levanta “sérias dúvidas sobre seu suposto compromisso com a ajuda humanitária”, afirmou a porta-voz da Casa Branca, Anna Kelly, em um comunicado.

Segundo Kelly, os africâneres vivenciaram “horrores indescritíveis”.

A Igreja Episcopal anunciou na segunda-feira que encerraria os acordos para o acolhimento de refugiados subsidiados pelo governo dos EUA, que somam mais de 50 milhões de dólares anuais.

O bispo presidente dessa igreja de confissão anglicana explicou os motivos:

“Tem sido doloroso ver um grupo de refugiados, selecionado de uma maneira muito incomum, receber um tratamento preferencial em relação a muitos outros que esperam há anos em campos de refugiados ou vivem em condições perigosas”, declarou Sean W. Rowe.

Os sul-africanos brancos, que representam 7,3% da população, em geral desfrutam de um nível de vida superior ao da maioria negra do país.

Os governos liderados por africâneres impuseram um sistema de segregação racial, conhecido como apartheid, que negou à maioria negra direitos políticos e econômicos de 1948 até sua queda em 1994.

© Agence France-Presse

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