EUA suspende restrições a chips para inteligência artificial

Os Estados Unidos suspenderam nesta terça-feira (13) mais restrições à exportação de semicondutores usados no desenvolvimento da inteligência artificial (IA), que teriam afetado especialmente a China.

A administração do ex-presidente democrata Joe Biden havia anunciado, em meados de janeiro, poucos dias antes do fim de seu mandato, essas novas normas, que deveriam entrar em vigor a partir de 15 de maio. Elas se somariam a outros controles aplicados desde 2022 e 2023.

A ideia era dificultar o acesso de Pequim a tecnologias avançadas.

Concretamente, as restrições afetavam os chips H20, desenvolvidos pela gigante americana Nvidia.

O Departamento de Comércio dos EUA substituiu essas novas normas por recomendações que “alertam”, entre outras coisas, o público sobre “as potenciais consequências de permitir que chips americanos sejam usados” para desenvolver “modelos chineses de IA”.

Diferentemente das restrições previstas pelo governo Biden, essas diretrizes não são vinculativas.

“Essas novas condições teriam sufocado a inovação americana e prejudicado as empresas”, disse o Departamento de Comércio em um comunicado.

Também teriam prejudicado as relações diplomáticas com vários países que seriam “rebaixados a um status de segunda categoria”, acrescentou.

É uma mudança de rumo em relação à administração Trump, que no início de abril havia informado à Nvidia que seus chips H20 passariam a exigir uma licença para serem exportados a certos países, incluindo a China.

Na época, o grupo afirmou que o novo ajuste o obrigaria a contabilizar “encargos associados” de 5,5 bilhões de dólares (R$ 30,9 bilhões) em seus resultados do primeiro trimestre.

Nesta terça-feira, por volta das 18h30 GMT (15h30 de Brasília), as ações da Nvidia subiram 5,98% na Bolsa de Nova York.

Essa mudança de postura ocorre um dia após o anúncio de uma drástica redução das tarifas impostas mutuamente por China e Estados Unidos, por um período de 90 dias, para negociar um acordo.

Por outro lado, o Departamento de Comércio dos EUA destacou que o uso de microprocessadores Ascend do grupo chinês Huawei “em qualquer parte do mundo contraria as normas de controle de exportações dos Estados Unidos”.

E emitiu recomendações para ajudar as empresas americanas a “proteger suas cadeias de fornecimento”.

© Agence France-Presse

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