Exército de Israel autoriza plano de retirada em Gaza, e Netanyahu envia delegação ao Catar para negociar cessar-fogo

Foto: Sergey Ponomarev/The New York Times

As Forças Armadas de Israel aprovaram planos para a rápida retirada de tropas de grandes áreas da Faixa de Gaza, informou o jornal israelense Haaretz neste sábado. A divulgação ocorre no mesmo dia em que o primeiro-ministro do Estado judeu, Benjamin Netanyahu, anunciou que uma delegação de altos funcionários liderada pelos chefes do Mossad, a agência de inteligência israelense, e do Shin Bet, o serviço de segurança interna israelense, viajará ao Catar para negociações sobre um cessar-fogo e a libertação dos reféns mantidos no enclave.

Segundo o Haaretz, o Exército examinou “várias opções” para a retirada de tropas de Gaza, incluindo por meio do corredor de Netzarim, que divide o território em dois. As Forças Armadas de Israel explicaram que têm capacidade para evacuar os soldados da área, apesar das numerosas infraestruturas e posições que estabeleceu lá. O órgão também esclareceu que está pronto para implementar qualquer acordo feito pelo governo, inclusive um que faria o Exército precisar retirar rapidamente suas tropas da Faixa de Gaza, acrescentou o veículo israelense.

O anúncio de Netanyahu sobre o envio da delegação ocorreu após o premier se reunir em Jerusalém com Steve Witkoff, o enviado especial do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para o Oriente Médio. Antes de chegar a Israel, Witkoff esteve em Doha, onde se encontrou com o primeiro-ministro Mohammed al-Thani. A viagem do americano tem como objetivo pressionar Israel, o grupo terrorista Hamas e os países mediadores a avançarem nas negociações em direção a um acordo, reiterando os apelos de Trump para alcançar um cessar-fogo antes de retomar ao cargo, em 20 de janeiro.

“Ao final da reunião [com Witkoff], o primeiro-ministro instruiu o chefe do Mossad, o chefe do Shin Bet, o general da reserva Nitzan Alon e seu conselheiro de política externa, Ophir Falk, a viajar para Doha para promover um acordo para a libertação de nossos reféns”, assinalou o gabinete de Netanyahu em comunicado.

A decisão foi bem recebida pelo Fórum das Famílias dos Reféns, organização civil criada para auxiliar as vítimas do atentado.

Apenas um breve cessar-fogo foi alcançado em 15 meses de guerra, e isso nas primeiras semanas de combate. As conversas, mediadas pelos EUA, Egito e Catar, têm enfrentado repetidos impasses desde então. Conforme publicado pela agência Associated Press, está em discussão um cessar-fogo em fases, com Netanyahu sinalizando estar comprometido apenas com a primeira delas, uma libertação parcial de reféns em troca de uma pausa de várias semanas nos combates.

As negociações indiretas entre Israel e o Hamas foram retomadas no último fim de semana no Catar e têm o objetivo de estabelecer um cessar-fogo em Gaza. Até então, porém, o Estado judeu não foi representado por altos funcionários. As conversas se concentram na libertação dos reféns sequestrados durante o ataque sem precedentes do grupo palestino ao território israelense em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra atual. Na ocasião, cerca de 1,2 mil pessoas foram mortas e outras 250 foram feitas reféns. Desses, 96 ainda estão mantidos no enclave, das quais 34 foram declaradas mortas pelo Exército israelense.

A guerra de retaliação de Israel contra o grupo palestino em Gaza, por sua vez, já matou mais de 45,8 mil palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde do território. Ele não diz quantos eram combatentes, mas afirma que mulheres e crianças constituem mais da metade das fatalidades. Por sua vez, o Exército israelense diz, sem fornecer evidências, que matou mais de 17 mil membros do grupo.

O Globo com AFP

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