José Hiran Gallo alerta: violência contra médicos exige resposta imediata

A violência contra médicos e equipes de saúde no Brasil atingiu números alarmantes, com mais de 38 mil casos registrados entre 2013 e 2024, segundo levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM). A situação demanda respostas legislativas e estruturais urgentes para proteger os profissionais, como o projeto de lei 4.002/24, que propõe incluir essas agressões no rol de crimes hediondos.

Casos de agressão variam de insultos verbais a ataques fatais, como o ocorrido em novembro, em Douradina (MS), quando o médico Edvandro Gil Braz foi assassinado a facadas no local de trabalho. Essa tragédia simboliza o ápice de uma crise que reflete a precariedade do Sistema Único de Saúde (SUS), sobrecarregado por uma infraestrutura insuficiente diante da alta demanda.

A falta de segurança é outro fator crítico. Nos postos e hospitais, a proteção geralmente prioriza o patrimônio, deixando médicos e pacientes vulneráveis. A ausência de agentes treinados para lidar com conflitos é uma lacuna que favorece a repetição de agressões.

Muitos profissionais não denunciam por medo de retaliações ou descrença na eficiência das autoridades, perpetuando um ciclo de violência e impunidade. Para romper essa barreira, gestores públicos precisam ir além das leis, investindo em melhores condições de trabalho, aumento de leitos, compra de equipamentos e maior segurança nos ambientes de atendimento.

A conscientização da sociedade também desempenha papel crucial. Em Mato Grosso do Sul, um projeto de lei propõe campanhas educativas contra a violência, promovendo uma cultura de respeito aos profissionais que, durante a pandemia, foram considerados heróis e agora enfrentam hostilidades.

O presidente do CFM, José Hiran Gallo, reforça que apenas ações concretas poderão garantir o respeito e a segurança necessários para que médicos exerçam sua missão de salvar vidas. “Precisamos transformar o discurso em realidade e proteger quem cuida da saúde de todos nós”, conclui.

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